Quando a visão vai além do ato de enxergar com os olhos

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Um glaucoma congênito os fez ver a vida de uma maneira tão extraordinária quanto quem tem as córneas normais. A cegueira que para muitos seria motivo de debilidades, para eles “é só mais um desafio a ser superado”, como conta Thiago.

Thiago e Thaís são dois irmãos que têm como hobby a música (Foto: Mágila Campos)

Hoje, Thiago com 26 anos e Thaís com 23 levam uma rotina normal. Trabalham em órgãos renomados, têm um círculo de amigos e uma vida social mais movimentada que muitos videntes.[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row full_width=”stretch_row” full_height=”yes” parallax=”content-moving” parallax_image=”318864″][vc_column][/vc_column][/vc_row][vc_row][vc_column css=”.vc_custom_1513990533631{background-color: #ffffff !important;}”][vc_column_text]

O Braille e a inclusão

Com uma cumplicidade ímpar, os irmãos contam que tudo isso foi possível porque receberam apoio desde cedo, tanto da família, quanto do Estado. E ainda crianças tiveram os primeiros contatos com o Braille, que é o Sistema de Leitura e Escrita para pessoas cegas, celebrado mundialmente no dia 4 de janeiro.

Todo o processo inicial ocorreu no Centro de Apoio aos Deficientes Visuais, que atualmente é o Centro de Apoio Pedagógico de Atendimento às Pessoas com Deficiência (CAP/AC).

“Tudo começou quando eu tinha seis anos de idade e minha mãe me trouxe aqui [CAP] para que eu começasse todo o meu processo de estimulação precoce, para então iniciar de fato a inserção ao Braille”, conta Thiago.

Segundo ele o primeiro contato com a escrita não foi boa, “porque furei meu dedo na reglete punção [instrumento da escrita Braille] e isso me traumatizou um pouco. Fiquei uma semana sem vir para a aula”. Mas depois de superar o susto ele retornou e hoje trabalha com revisor de texto em braille.

Já a irmã conta que foi mais difícil aprender o sistema de leitura e escrita. “Eu era muito pequena, quando tive aqui pela primeira vez. Então pra mim, foi mais difícil aprender, não sei por que, mas achei difícil”, relata, com um sorriso tímido.

Thiago trabalha atualmente com revisor de texto em braille (Foto: Mágila Campos)

Rapidamente o irmão explica: “Sinceramente, o braille não é difícil, mas requer dedicação e cada um tem seu tempo”. Mas depois que aprendemos facilita muito a vida.

Essa razão faz com que os irmãos defendam a manutenção do ensino tradicional em Braille, porque as tecnologias assistivas vieram para complementar e não substituir o método. “Dizer não ao sistema braile é dizer não à alfabetização”, afirma Thiago.[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row full_width=”stretch_row” full_height=”yes” parallax=”content-moving” parallax_image=”318869″][vc_column][/vc_column][/vc_row][vc_row][vc_column css=”.vc_custom_1513990533631{background-color: #ffffff !important;}”][vc_column_text]

A alfabetização no CAP

Com um alto-astral contagiante e um sentimento de gratidão nítido, os jovens contam que o apoio do CAP foi determinante para eles aprenderem a se comunicarem melhor com o mundo visual. “Eu sempre falo que aqui [CAP] é a minha segunda casa, foi onde aprendi a dar os primeiros passos para enfrentar o mundo lá fora”, conta.

O braille facilita a vida das pessoas através do toque (Foto: Mágila Campos)

“Essas salas me lembram o passado. Toda vez que venho aqui eu lembro das brincadeiras na brinquedoteca, das primeiras aulas de música que foi aqui e também das pessoas, né?! Do carinho e atenção das pessoas que trabalham aqui sempre tiveram conosco.”[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row full_width=”stretch_row” full_height=”yes” parallax=”content-moving” parallax_image=”319096″][vc_column][/vc_column][/vc_row][vc_row][vc_column css=”.vc_custom_1513990533631{background-color: #ffffff !important;}”][vc_column_text]

O amor pela música

Nem mesmo eles sabiam que as primeiras notas musicais aprendidas ainda no ensino básico, despertariam tão grande amor pela música, que para os dois é algo inexplicável.

“Música pra mim é tudo! E ter contato logo cedo com essa arte me ajudou a despertar os meus outros sentidos e facilitou a minha interação social com as outras pessoas, inclusive fazer amigos com os quais nos reunimos até hoje”, conta Thaís.

Thiago diz que a música é uma forma dele expressar os sentimentos e refletir sobre os mundos que ele não consegue enxergar em forma e cores. Aliás, ele conta que tem “um sonho de um dia viver da música”.[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row full_width=”stretch_row” full_height=”yes” parallax=”content-moving” parallax_image=”318867″][vc_column][/vc_column][/vc_row][vc_row][vc_column css=”.vc_custom_1513990533631{background-color: #ffffff !important;}”][vc_column_text]

Autonomia financeira

No momento, os irmãos – que são  filhos de uma dona de casa e um autônomo -, trabalham como servidores públicos e já conquistaram sua independência financeira antes mesmo dos 30 anos.

E mais do que isso, trabalham como servidores federais, sonho de grande parte dos brasileiros. Ela atua como auxiliar administrativa na Universidade Federal do Acre (Ufac) e ele, como revisor de texto em braille no Instituto Federal do Acre (Ifac).

O sucesso profissional é resultado em grande parte do empenho da mãe em se dedicar a alfabetização básica dos filhos nos primeiros anos de vida.

“O educacional reflete no social e é muito importante para o desenvolvimento de todas as pessoas deficientes. A participação dos pais no investimento educacional influenciou no sucesso deles”, destaca a coordenadora do CAP Gercineide Maia.

Hoje, Thaís está terminando o curso de Psicologia e Thiago é pós-graduado em Administração. A acadêmica diz que escolheu o curso porque acredita que as pessoas precisam ter mais sensibilidade para com o outro. “Percebo que mesmo sem o conhecimento teórico, as pessoas são capazes de nos ajudar com um simples gesto de sensibilidade.”

Ao conversar e ouvi-los, não se percebe que ambos não enxergam o mundo de modo comum, como a maioria das pessoas enxergam. A cegueira, talvez, tenha sido uma forma da vida conduzir os irmãos a aguçar outros sentidos como a sensibilidade musical. E, assim como o renomado Stevie Wonder, a música é uma forma deles se conectarem com o mundo visual.

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