“O Acre Existe” estreia nesta sexta no 4º Festival Pachamama

Da esquerda para a direita: Raoni Gruber, Paulo Silva Júnior e Bruno Graziano (Foto: Talita Oliveira)

Da esquerda para a direita: Raoni Gruber, Paulo Silva Júnior e Bruno Graziano (Foto: Talita Oliveira)

O Acre passou a existir para os paulistas Bruno Grazziano e Milton Leal em menos de 30 segundos após o início de uma conversa para decidir qual seria o tema de um filme que pretendiam fazer juntos. A velha piada sobre a existência do estado foi um dos pontos de partida. Decidido o lugar para onde partiriam, convidaram mais dois companheiros para o que chamam de “aventura”, Paulo Silva Júnior e Raoni Gruber. Dois anos de trabalho e um ano e meio somente para a edição foram necessários para que nesta sexta-feira, 22, o filme “O Acre Existe” se materializasse, em estreia marcada para as 21 horas no Cine Recreio, durante o 4º Festival Internacional Pachamama – Cinema de Fronteira.

“Essa certeza nós tínhamos desde o início: que a estreia seria em Rio Branco. O convite feito lá no início pelo Sérgio de Carvalho para que o lançamento fosse no Pachamama nos incentivou. Deu certo de terminarmos o filme agora, bem na época do festival”, lembra Bruno Graziano. O roteiro para o filme tinha meia página preenchida. Somente dados básicos sobre o estado e alguns contatos. A outra parte, em branco, deveria ser escrita com o depoimento dos acreanos, dos que moram e fazem a história de suas vidas neste lugar.

Paulo Silva Júnior, que escreveu o livro de mesmo nome, conta que a liberdade da produção foi fundamental para chegar ao resultado final. Para ele, sentar em bancos de praças, em bares e conversar com pessoas anônimas ou referências para suas comunidades é o espírito do trabalho. Ele diz que, ao chegar, percebeu que as pessoas tinham uma “vontade brutal” de contar histórias. O filme pretende mostrar essas histórias e não apenas a visão dos produtores sobre o Acre.

"O Acre existe" também em livro (Foto: Talita Oliveira)

“O Acre existe” também em livro (Foto: Talita Oliveira)

Produção e finalização – O Acre Existe é considerado pelo grupo como “um road movie clássico”. A trajetória que resultou em 50 horas de filmagens começou em São Paulo. Foram percorridos 10 mil quilômetros em 45 dias. Mesmo com projeto aprovado pela Lei Roaunet, o filme não conseguiu atrair o investimento de empresas e quase todo o custo foi arcado pelos quatro amigos que assumiram o roteiro, produção e direção.

A produção foi finalizada em 115 minutos. Para isso, o grupo se isolou durante 15 dias. Na trilha sonora, música de Cícero França, Zé Kleuber, cânticos yawanawás da Aldeia Mutum, Nelson Gonçalves, Raimundo Nonato e Seu Jorge. Despretensioso, o filme pretende ser uma ponte entre a fala do acreano e o mundo. O cinema cumpre seu papel. O filme O Acre Existe deverá ser inscrito em festivais de cinema de toda a América Latina em 2013.

Durante o 4º Festival Pachamama – Cinema de Fronteira, os exemplares do livro serão vendidos a R$ 20. A entrada para a sessão de estreia de “O Acre Existe” é gratuita, mas é necessário chegar com pelo menos uma hora de antecedência. A programação completa do festival, que termina no domingo, 24, pode ser acessada no www.cinemadefronteira.com.br.

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