Estudantes beneficiários do projeto fazem exposição de trabalhos realizados e distribuem jornalzinho comunitário
Alunos participaram de conclusão dos cursos em Cruzeiro do Sul (Foto: Onofre Brito/Secom) |
Com apresentação de trabalhos como murais de fotografias e desenhos e um jornalzinho comunitário, foi encerrado nesta segunda-feira, 22, o primeiro ciclo do projeto ‘Proteção de Jovens em Territórios Vulneráveis’ (Protejo), em Cruzeiro do Sul. Lançado no mês de abril de 2009, o Protejo objetiva promover a proteção, inclusão e formação cidadã de jovens expostos à violência familiar ou urbana. O projeto acontece através de parceria entre o Ministério da Justiça e o Governo do Estado, sendo executado pelo Instituto Dom Moacir, através do Centro de Formação e Tecnologia da Floresta (Ceflora), que ministra os cursos oferecidos.
O Protejo é um dos mais importantes projetos do Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania (Pronasci). Inicialmente seria executado apenas nas grandes cidades brasileiras, mas, graças ao empenho pessoal do governador Binho Marques, foi possível trazer o projeto ao Acre, pelo fato de o Estado abranger regiões fronteiriças, onde a vulnerabilidade social é muito expressiva. Em Cruzeiro do Sul 200 estudantes são beneficiários do projeto, todos eles moradores de comunidades que estão incluídas nas Zonas de Atendimento Prioritário (ZAPs) Lagoa, Miritizal,Várzea, Remanso Cobal, Cruzeirão e São José.
Segundo explicação do coordenador do Ceflora, Raimundo Evilásio Lima, no período foram promovidas dez oficinas e cinco cursos envolvendo 23 turmas. Ele conta que, como houve uma interrupção durante o desenrolar do primeiro ciclo, o segundo ciclo vai começar imediatamente com as oficinas e cursos previstos. Evilásio analisa que os resultados do Protejo já são visíveis, especialmente no comportamento dos alunos.
Estudantes progrediram
Os trabalhos apresentados neste início de semana pelos estudantes na sede do Ceflora são todos relacionados aos cursos de fotografia, diagramação gráfica, jornalismo comunitário e desenho. Dezenas de fotos e desenhos, de alta qualidade, foram apresentados e o jornalzinho comunitário impresso foi distribuído. Com 12 páginas, o jornal foca a problemática dos bairros onde moram os estudantes e serviu, na opinião dos que confeccionaram o material, para refletir sobre a situação social e econômica de suas comunidades.
A estudante Érica Vilanova mora no bairro Miritizal e participou do curso de jornalismo comunitário e da confecção do jornalzinho. Ela conta que tentou abordar no jornal a problemática da falta de água no bairro e o impacto positivo que a ponte do Juruá, ora em construção pelo governo do Estado, vai causar no bairro onde mora.
Segundo disse, muitos estudantes ficam limitados por falta de ponte, o que os obriga a pagar catraias para atravessar o rio, impedindo assim que possam participar de atividades culturais e educativas. Para ela, a ponte vai mudar a vida no Miritizal, especialmente para estudantes que pretendem aproveitar as oportunidades oferecidas para seu aprimoramento.
A estudante Andréia Brito de Freitas participou do curso de fotografia e mostrou que aprendeu alguma coisa. Para ela, fazer uma fotografia não é apenas clicar, é observar o ângulo, o enquadramento e a luz.
Katiane Menezes participou do curso de desenho. Além do fato de ter aprendido novas técnicas de desenho, ela considera importante o fato de que os cursos que fez passarão a constar do seu currículo, o que vai facilitar sua vida na hora de procurar um emprego.
O mediador do Ceflora, Hamilton Pelegrino de Mattos, reconhece que muitos estudantes têm dificuldades de permanecer fazendo os cursos por vários motivos e a conclusão desse primeiro ciclo significa uma vitória da superação. "Estamos descobrindo talentos que eram desconhecidos. Quando as pessoas têm uma chance de poder fazer ou mostrar seu trabalho, os talentos aparecem. E isso está aí provado com os trabalhos apresentados. Estou muito satisfeito com os resultados obtidos até agora."
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