Projeto Sementes do Acre oferece alternativa de renda para moradores de reservas florestais

Desenvolvido pela Funtac, projeto implementa o manejo, colheita e comercialização de sementes de espécies florestais nativas 

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Algumas sementes, como as de mogno são colhidas por meio de escalada nas árvores mais altas (Foto: Arquivo/Secom)

Os moradores da Floresta Estadual do Antimary e das Florestas Nacionais do Macauã e São Francisco estão, desde 2007, despertando para uma nova possibilidade de negócio que valoriza os recursos naturais e a floresta em pé. Desenvolvido pela Fundação de Tecnologia do Acre (Funtac) em parceria com o Ibama, utilizando recursos do Fundo Nacional do Meio Ambiente (FNMA), o projeto Sementes do Acre implantou há dois anos o manejo, a colheita e a comercialização de sementes de espécies nativas com o objetivo de oferecer alternativa de renda às famílias que vivem em reservas florestais do Estado.

Todo o volume de sementes é vendido para viveiros da região. O preço do quilo do produto varia de acordo com a licitação efetuada pelo principal comprador, o Viveiro da Floresta, e pelas características da colheita. Sementes de espécies que pelas condições naturais são mais fáceis de coletar, como cumaru, jatobá, jutaí e copaíba que podem ser coletadas no chão, por exemplo, custam entre R$ 15 e R$ 25. Já sementes de ipê, cedro e mogno que são colhidas no alto das árvores chegam a valer até R$ 100, o quilo.

A Funtac viabilizou a capacitação das 20 famílias na produção de fitoterápicos e melhorou a estrutura do beneficiamento com a construção de uma unidade de pré-beneficiamento em cada área. O projeto também adquiriu barcos, motores e animais de carga para melhorar as condições de transporte, além de fornecer material e cursos para escalada em árvores. 

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Sementes colhidas por moradores de florestas públicas são analisadas por Laboratório de Sementes da Funtac (Foto: Gleilson Miranda/Secom)

Teste de qualidade – É no Laboratório de Tecnologia de Sementes da Funtac que são analisadas amostras das sementes coletadas. O órgão cumpre os procedimentos para se adequar à ISO/IEC 17025 e assim adquirir competência técnica para emitir laudo oficial de qualidade sobre as sementes. O projeto, que termina em novembro deste ano, pode vir ter novo período ampliado. Até lá, a Funtac terá feito três relatórios de acompanhamento socioeconômico para avaliar a capacidade empreendedora das famílias. A coordenadora do laboratório, Rejane Muxfeldt explica que a instituição que tem foco na pesquisa ultrapassa a linha de atuação com este trabalho fomento. "Estamos trabalhando a cadeia produtiva dessas sementes. O objetivo é no futuro ficar somente com controle de qualidade de sementes e em pesquisas para melhor armazenamento dessas sementes", diz. Atualmente, o laboratório desenvolve pesquisas de maturação para verificar melhor época de colheita e a utilização de substratos alternativos para a produção de mudas.

 

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