Realizada na Sala Darcy Ribeiro da Secretaria de Estado de Educação e Esporte (SEE), a oficina do Projeto Rios Voadores reúne nesta terça-feira, 12, professores das redes estadual e municipal de ensino para tratar da ação que, desde 2006, vem pesquisando as correntes de ar denominadas de “rios voadores”, que levam um imenso volume de vapor de água da Amazônia até outras regiões do Brasil.
O fenômeno climático, conhecido como “rios voadores”, é formado por correntes de ar que viajam pela atmosfera, carregando umidade e vapor de água ao longo da bacia amazônica, chegando até as regiões Centro-Oeste, Sudeste e Sul do Brasil. Ao encontrar certas condições meteorológicas, essa umidade amazônica pode se transformar em chuva, irrigando plantações, aumentando o nível dos rios e enchendo as represas que geram energia nas hidrelétricas.
O objetivo do projeto é levar o conhecimento desse fenômeno para todas as regiões do Brasil, formando agentes multiplicadores que possam entender e explicar melhor o papel da floresta amazônica no regime de chuvas e no clima brasileiro de modo geral. Em 2012, foram registradas, só em Rio Branco, 219 ocorrências de “rios voadores”.
A oficina será ministrada por Caio Magalhães, químico e geógrafo com doutorado pelo Instituto Oceanográfico da Universidade de São Paulo (USP), integrante da equipe operacional do Projeto Rios Voadores. Segundo o pesquisador, “a quantidade de água evaporada que origina os ‘rios voadores’ pode ser equivalente a vazão do Rio Amazonas, que é de cerca de 200 metros cúbicos por segundo”.
A capital do Acre está entre as 11 cidades brasileiras contempladas com este encontro sobre educação ambiental, que inclui Brasília (DF), Chapecó (SC), Cuiabá (MT), Londrina (PR), Ribeirão Preto (SP), Uberlândia (MG), Campo Grande (MS), Santa Maria (RS), Goiânia (GO) e Porto Velho (RO).
Patrocinado pela Petrobras através do Programa Petrobras Ambiental, o Projeto é comandado pelo aviador-ambientalista Gérard Moss e por Margi Moss, licenciada em Letras e responsável pelo registro fotográfico das expedições. As pesquisas também contam com diversas parcerias, como a Agência Nacional de Águas (ANA) e Aliança da Terra.
Para o diretor de Ensino da SEE, Josenir Calixto, trata-se de um projeto “interessante, que colabora para o aumento da educação ambiental, destacando a importância das atitudes que contribuem para as práticas sustentáveis dentro e fora das escolas”.