Ampliar a capacidade de produção agrícola dentro dos complexos penitenciários do Acre é um dos objetivos do projeto Produzindo a Liberdade, que também visa oferecer ocupação laboral e capacitação profissional aos reeducandos.
A iniciativa é desenvolvida pelo governo do Estado, por meio da Secretaria de Extensão Agroflorestal e Produção Familiar (Seaprof) e Instituto de Administração Penitenciária do Acre (Iapen). Tissiane Maciel, engenheira agrônoma do Iapen, explica que após o cumprimento da pena o egresso estará mais preparado para o retorno à sociedade.
Estão entre os resultados esperados a capacitação de aproximadamente 300 reclusos, a construção de 20 estufas e aquisição de um abatedouro de aves com capacidade para abate de 150 aves/dia.
“Pretendemos também suprir as necessidades da cozinha, com o fornecimento de frango, mandioca e hortaliças em geral, diminuindo os custos em aproximadamente 30 mil reais mensais”, destacou Maciel.
O projeto está sendo desenvolvido nos complexos penitenciários Dr. Francisco de Oliveira Conde, em Rio Branco, Manoel Neri da Silva, em Cruzeiro do Sul, Moacir Prado, em Tarauacá e Unidade Penitenciária de Senador Guiomard.
Oportunidade de futuro
Preparar os reeducandos para ingressar no mercado de trabalho tem sido uma das ações ressocializadoras implementadas no sistema prisional acreano pelo governo do Estado.
“Os reeducandos passaram a ter novas oportunidades com as várias frentes de trabalho que estão implantas nas unidades prisionais, o que lhes permitem a diminuição e o cumprimento da pena de forma digna”, destacou o coordenador de Trabalho e Produção do Iapen, Marcos Aurelho Silva.
Os projetos que estão em execução são a efetivação do que está na lei, que garante que o detento tenha direito ao trabalho dentro da unidade prisional.
“Eu me sinto feliz pela oportunidade que me foi dada aqui dentro. É gratificante trabalhar na produção de hortaliças. Meu trabalho aqui vai me permitir ir embora mais rápido. Minhas ações estão me permitindo desenvolver coisas boas, novas ideias e novos horizontes. Hoje, eu sei fazer e ensinar aos outros”, conta Ermício Fernandes de Araújo, do presídio Francisco D’Oliveira Conde, de Rio Branco.
Ações ajudam na ressocialização
O projeto Produzindo a Liberdade trouxe entusiasmo e motivação aos homens que cumprem pena nos presídios do Acre. O trabalho tem mudado comportamento e atitudes dentro da unidade prisional.
“O trabalho é uma oportunidade para aprender uma nova profissão. Existe discriminação com ex-detentos, esse trabalho nos permite acreditar que, ao sairmos daqui com uma profissão, teremos a oportunidade de não voltar para o mundo do crime”, frisou o reeducando Everaldo dos Santos Neves.