Ação faz parte do Plano Estadual de Recursos Hídricos
O governo do Estado do Acre, através da Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Instituto de Meio Ambiente do Acre e Secretaria de Estado de Floresta ,lança neste sábado, 7, às 9 horas, na sede da Usina Álcool Verde (BR-317, Km 59) o Projeto Iquiri Vivo – Mobilização comunitária para a conservação e recuperação das nascentes do rio Iquiri. O evento contará com a presença do governador Tião Viana, Secretário de Meio Ambiente, Edegard de Deus, e demais autoridades.
Uma ação necessária
O projeto tem como objetivo a conservação e restauração das nascentes da bacia do rio Iquiri, através da mobilização e participação de produtores rurais, pecuaristas, pescadores e comunidade. A ação faz parte do Programa Estadual de Conservação e Preservação de Nascentes e Matas Ciliares, indicado como uma das ações do Plano Estadual de Recursos Hídricos.
A participação da sociedade é importante nesse processo para a difusão de boas práticas, uma vez que elas estão voltadas não só para a conservação e restauração da paisagem nas Áreas de Preservação Permanente (APPs), mas também para o uso sustentável dos recursos naturais, visando sua disponibilidade à população.
{xtypo_rounded_right2}As nascentes de cabeceira da bacia do rio Iquiri são Áreas de Preservação Permanente (APPs). De acordo com o Código Florestal Brasileiro, recomenda-se o mínimo de 50 metros de largura de vegetação, para evitar o assoreamento, pisoteio de gado, além contaminação de suas águas.{/xtypo_rounded_right2}Por ser um rio piscoso, o Iquiri é de grande importância na dieta alimentar da população ribeirinha, fornecendo fonte de proteína, sendo também fundamental na geração de renda através da pesca de subsistência. Parte do pescado consumido na capital do Estado do Acre é proveniente do rio Iquiri, sendo a curimatã, piau, sacaca e bico-de-pato as espécies de maior valor econômico, entre outros de valor nutricional como a piranha, o bodó, a piaba e o cará.
Além da pesca, as águas do rio Iquiri são tradicionalmente utilizadas para as atividades domésticas, além do consumo humano, animal e horticultura. O igarapé Pirã de Rã, por exemplo, importante afluente da margem esquerda do rio Iquiri, é o manancial de abastecimento público do município de Senador Guiomard. Caso as nascentes do Iquiri continuem sofrendo degradação, toda a bacia fica comprometida e a população, seriamente prejudicada.
Acreano de nascença
O rio Iquiri, também conhecido por Ituxi, é um dos poucos que nascem em território acreano, com uma área de 343 mil hectares, sendo 79% localizada no Estado do Acre. Suas nascentes estão distribuídas no município de Capixaba, desaguando no Estado do Amazonas, no município de Labras, onde passa a ser chamado de Ituxi.
A Área de Preservação Permanente do rio é de 11.135 hectares, sendo que mais de 60% já foi desmatada. O resultado é que as nascentes ficaram comprometidas pelo pisoteio de gado, pela contaminação de suas águas e pelo assoreamento de suas margens. Uma vez recuperado em suas nascentes, o Iquiri se converterá num símbolo de sustentabilidade e manutenção dos recursos hídricos.