Estudar matemática já não é um “bicho-de-sete-cabeças” para os adolescentes do Centro de Apoio à Semiliberdade, ao Egresso e Família (Casef). Pelo menos depois da implantação do projeto Viver e Aprender Matemática. A aula piloto foi aprovada por 100% dos participantes, que descobriram um olhar novo e dinâmico para a disciplina.

A equipe pedagógica se uniu aos socioeducadores para realizar as atividades, que têm como objetivo instigar os adolescentes a gostar da matéria. Com materiais artesanais, os estudantes percebem que o tema está inserido no dia a dia. Baralho, bola de futebol, vai-e-vem, barbante, cano e fita adesiva foram usados no lançamento do projeto.

Idealizadores do projeto mostram materiais caseiros e criativos usados nas aulas (Foto: Brenna Amâncio/ISE)
Idealizadores do projeto mostram materiais caseiros e criativos usados nas aulas (Foto: Brenna Amâncio/ISE)

Em dois dias da semana, durante o ano letivo, os socioeducandos participarão das brincadeiras e desafios para despertar o raciocínio lógico. “As aulas se baseiam em criar estratégias e possibilidades. Eu e o professor Marcelo Costa estamos desenvolvendo para a próxima aula algumas ideias”, revela o agente socioeducativo Magno Moreira, um dos idealizadores da atividade.

De acordo com a coordenadora pedagógica Vângela de Souza, os adolescentes estão se preparando para participar das Olimpíadas de Matemática, previstas para setembro deste ano. Estima-se ainda que os casos de sucesso no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) aumentem. “A maior deficiência deles estava na língua portuguesa e em fazer cálculos. Eles têm aversão às disciplinas ligadas a isso. Portanto, queremos desmistificar esse pensamento”, afirma.

Para o presidente do Instituto Socioeducativo (ISE), Henrique Corinto, os projetos elaborados no Casef estão resgatando o gosto pelos estudos e a interação das equipes. “Percebe-se que não são apenas os professores envolvidos nesse trabalho. Temos socioeducadores preocupados em criar oportunidades para os adolescentes e um convívio saudável no local. Isso é progresso. E os meninos já perceberam que a equipe quer ajudar”, aponta.