Os representantes da associação visitaram a sede do Reca, localizada na região oeste do estado de Rondônia, na manhã desta quarta-feira, 7. De acordo com um dos coordenadores da Semeia, Kennedy Ribeiro de Alencar, o objetivo da visita é apresentar aos associados a experiência acumulada desde a fundação do projeto Reca até os dias atuais.
Durante o encontro, Aldênia dos Santos Gama, fundadora do projeto, falou sobre as dificuldades encontradas pelos agricultores para formar a associação. Ela conta que há 20 anos as famílias produziam apenas castanha, pupunha e cupuaçu. O Projeto Reca é coordenado e gerido exclusivamente por produtores rurais.
O diferencial para os fundadores do projeto refere-se ao planejamento das ações e ao comprometimento pessoal de cada produtor. Mensalmente são realizadas reuniões entre os coordenadores dos 11 grupos que constituem o projeto. “Nós nos preocupamos com a base sem deixar para trás as raízes de cada agricultor”, relatou Sergio Lopes, sócio do projeto.
Esses e outros parâmetros organizacionais foram apresentados aos representantes da Associação dos Catadores de Materiais Recicláveis de Rio Branco. “O importante desse encontro é a troca de experiência, poder conhecer os caminhos já percorridos por essas pessoas”, disse o catador Severino Valentim.
Atualmente fazem parte do Projeto Reca cerca de 360 famílias que cultivam os princípios de geração de renda de forma sustentável, além da proteção da floresta. “O objetivo principal é a fixação do homem no campo e também garantir uma vida digna com sustentabilidade ambiental”, destacou Aldênia.
Central de triagem de materiais recicláveis: Os conhecimentos adquiridos a partir do encontro desta quarta-feira serão utilizados pelos catadores no fortalecimento da Associação dos Catadores de Rio Branco. Nos próximos meses a prefeitura de Rio Branco, em parceria com a Fundação Banco do Brasil, irá implementar uma central de triagem de materiais recicláveis. O ambiente, localizado no Distrito Industrial, servirá de base para que os catadores possam separar, enfardar e armazenar o material coletado.
A coleta seletiva já é realidade em três bairros da capital: Aeroporto Velho, João Paulo e Universitário. No ano passado foram coletadas 87 toneladas de materiais recicláveis. A expectativa da Secretaria Municipal de Meio Ambiente é de que, com a implantação da Central, este patamar seja triplicado.
A catadora Maria Martins enfatiza que os resultados obtidos com o trabalho dos catadores serão potencializados com a retirada dos atravessadores e com a venda direta para as empresas que utilizam materiais recicláveis. “Além da questão financeira, o importante é que nós estamos tirando do meio ambiente esses materiais”, disse ela.
Para o também catador Severino Valentim, tanto o encontro quanto a instalação da Central atuam como incentivadores para os profissionais. “A gente tira mais força e trabalha com mais vigor”, afirmou. Ele destaca ainda que a renda dos catadores irá aumentar com a nova Central. “O produto beneficiado tem mais valor agregado.”