Programa de Transplantes do Acre e a importância da doação de órgãos são temas do Govcast desta semana

Na véspera do Dia Nacional da Doação de Órgãos, celebrado em 27 de setembro, a enfermeira Valéria Monteiro, coordenadora do Serviço de Transplantes da Fundação Hospital Estadual do Acre (Fundhacre), foi a convidada do Govcast desta quinta-feira, 26, com os jornalistas Diego Gurgel e Agnes Cavalcante.

Transmitido pelo Sistema Público de Comunicação, por meio das rádios Aldeia FM e Difusora Acreana, pelo YouTube e Instagram do governo do Acre, o episódio teve como destaque o funcionamento do Programa de Transplantes do Estado e a importância da doação de órgãos. A especialista também detalhou os processos que envolvem desde a entrada do paciente no hospital até a execução da cirurgia.

Valéria explicou que o programa realiza, atualmente, três tipos de transplantes: dois de órgãos sólidos e um de tecido. “Começamos a fazer transplantes em 2006, com o transplante renal. Em 2009, tivemos o primeiro transplante de córnea e, só em 2014, iniciamos o programa de transplante hepático. A cirurgia mais complexa é a de fígado, que é mais longa que as demais”, explicou.

Valéria detalhou processos que envolvem transplantes no Acre. Foto: Gleison Luz/Fundhacre

A coordenadora destacou o papel do Acre como referência em transplantes na região amazônica, devido à especificidade do serviço. “São procedimentos de alta complexidade, e o Acre mostra que realizamos com maestria, com uma equipe integrada e extremamente qualificada”, afirmou, ressaltando que o transplante é realizado em pacientes de diversos estados e até de países vizinhos.

Valéria também reconheceu a importância de uma gestão comprometida para o sucesso do serviço. “O hospital pode ter a equipe mais especializada, mas, se não tiver o apoio de uma gestão comprometida e empenhada na compra de material e tecnologia, dando condições para essa equipe médica trabalhar, nada acontece. Graças ao esforço da gestão e ao empenho do governo em manter esses programas ativos e ampliá-los, o serviço cresceu muito”, disse.

Doação de órgãos e comunicação familiar

Ao falar sobre o Dia Nacional da Doação de Órgãos, Valéria reforçou a importância de expressar o desejo de ser um doador aos familiares. “A doação hoje, no nosso país, é consentida. Então, só quem pode conceder é sua família, parentes de até terceiro grau. Para ser doador, você precisa expressar isso em vida para seus familiares, pois eles são os responsáveis por assinar o termo de doação no momento de sua partida”, explicou.

Apresentadores afirmaram serem doadores de órgãos, reforçando a importância do tema. Foto: Gleison Luz/Fundhacre

“A orientação que damos é para a população conversar sobre isso. Sabemos que falar sobre doação é falar sobre morte, mas é importante. O índice de recusa familiar no nosso estado ainda é muito alto, porque, normalmente, não sabem qual era o desejo do familiar em vida”, acrescentou Valéria. Durante a transmissão, o apresentador Diego Gurgel deixou registrado que é doador de órgãos, reafirmando a importância de discutir o tema.

Em alusão ao Setembro Verde, mês de conscientização e incentivo à doação de órgãos, a coordenadora ressaltou as ações promovidas em conjunto com a Secretaria de Estado de Saúde (Sesacre), como a distribuição de panfletos sobre o tema. O encerramento das atividades está marcado para sexta-feira, 27, com uma carreata e motociata, saindo da Arena da Floresta às 15h, com chegada à Fundhacre.

Programa público de transplantes

Assessora de Comunicação da Fundhacre, Agnes Cavalcante perguntou à entrevistada sobre a experiência de acompanhar os pacientes, lembrando de histórias marcantes. Valéria respondeu: “Eu me apaixonei por essa área. Transforma a vida de muitas pessoas, e isso nos transforma. O paciente de transplante é um paciente para a vida. Há pacientes que conheci há 11 anos. Isso é maravilhoso, e nos sentimos gratos e felizes por poder fazer esse trabalho”.

Agnes e Valéria relembraram histórias de pacientes que passaram pelo transplante. Foto: Gleison Luz/Fundhacre

Ao fim da entrevista, a gestora mencionou a conquista da habilitação da Fundhacre para a realização de transplantes renais, cujas cirurgias foram interrompidas em 2019 devido à pandemia de covid-19, e destacou a ativação da fila de espera para esse tipo de transplante, permitindo que as cirurgias sejam retomadas a qualquer momento, diante da oferta de órgãos compatíveis com os pacientes renais listados.

Coordenadora do Serviço de Transplantes da Fundhacre destacou doação de órgãos como “gesto de amor” ao próximo. Foto: Gleison Luz/Fundhacre

A coordenadora do Serviço de Transplantes da Fundação encerrou a entrevista com uma reflexão sobre a importância da doação de órgãos: “Sem doação, não há transplante. Sem doador, não conseguimos salvar uma vida. Um doador pode salvar até oito pessoas. Por isso, temos uma gratidão imensa às famílias doadoras, que ressignificam a dor da perda de um ente querido e fazem esse gesto de amor”.

Confira a entrevista completa clicando aqui

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