Há 10 anos o produtor rural José Benício de Melo, da Estrada do Quixadá, possuía um hectare de lâmina d’água e produzia entre duas e três toneladas de peixe por ano. Naquela época, Benício conta que morava em uma casa de madeira, não tinha veículo próprio e, de acordo com ele, era difícil almejar um futuro promissor investindo na piscicultura no Acre.
“Eu trabalhava sem ter onde entregar o peixe, e quando tinha onde entregar não tinha quem recebesse essa produção”, relembra o produtor.
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Mas a situação produtiva e financeira de José Benício e do irmão Raimundo Benício mudou consideravelmente nos últimos sete anos com os incentivos do governo do Estado, por meio do trabalho executado pela Secretaria de Estado de Extensão Agroflorestal e Produção Familiar (Seaprof).
De acordo com os irmãos, a situação começou a tomar novos rumos em 2005, quando a Seaprof começou um trabalho de extensão rural no Quixadá. Entre 2006 e 2008, os irmãos conseguiram financiamento peloPrograma Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf).
O técnico da Seaprof Wallace Batista explica que, com esses financiamentos e com o início do trabalho do programa de piscicultura iniciado na gestão de Tião Viana, a produção teve um salto. “Ele tinha um hectare de açude e produzia no máximo três toneladas por ano. Hoje são quase cinco hectares e produção de 22 a 23 toneladas”, revelou Batista.
Ao receber a visita do governador Tião Viana na manhã desta quarta-feira, 25, acompanhado pelo secretário de Produção Familiar, Lourival Marques, José Benício agradeceu todo o suporte que ele e os demais produtores que fazem parte da Cooperativa dos Piscicultores do Quixadá (Coopesq) receberam.
“Conheci um senhor de 82 anos que ia vender a propriedade rural dele. Quando eu soube disso, aconselhei que ele não vendesse, que investisse na piscicultura. Falei do apoio que estamos recebendo do governo, da Seaprof e do Sebrae, e ele desistiu de vender a terra. Hoje, assim como eu, ele está satisfeito de ter mudado o ramo de produção porque já começa a ter lucros”, contou José Benício ao governador.
Tião Viana disse que histórias como a dos produtores do Quixadá comprovam que a piscicultura traz bons resultados e está constituindo uma nova classe trabalhadora. “Ele começou acreditando nesse projeto pelo Pronaf, hoje é um médio produtor com margem de lucro superior a 30%. Essa é a demonstração de que o campo do Acre está sendo levado à frente para constituir a classe média rural”, disse Viana.
Crescimento produtivo e elevação da qualidade de vida
Os irmãos Benício alegram-se ao mostrar o patrimônio que estão conquistando com o trabalho na piscicultura. José, que antes morava numa casa de madeira, hoje se mostra feliz por receber seus visitantes numa casa de alvenaria com dois pisos, e revela que comprou seu veículo próprio zero-quilômetro. Raimundo conta que no início desta semana também saiu de uma concessionária com um veículo novo, que vai ajudá-lo no trabalho rural.
“Agora a gente tem condições de trabalhar, tem onde entregar o peixe e a vantagem de futuramente ter uma ração mais barata e ter um frigorífico. Se não fosse essa ajuda do governo, eu não teria uma vida boa, com condições de viver dignamente com a minha família”, declarou José Benício.
Novos investimentos
Diante da expansão das atividades rurais que o governo do Estado tem prestando assistência na produção, a família de José Benício também resolveu investir na ovinocultura. Ele afirma que recebeu 12 ovelhas, que já reproduziram em sua propriedade, e atualmente conta com 35 cabeças.
Raimundo Benício pontua que esse é um investimento que a família ainda está iniciando, mas ele aposta que em breve começará a apresentar resultados positivos, assim como a piscicultura.
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