“A EJA mudou a minha vida da água para o vinho”, assim faz questão de enfatizar a importância da Educação de Jovens e Adultos, Abraão Oliveira. Aos 42 anos, ele iniciou seus estudos no programa em 2019, na primeira série do ensino fundamental. Voltou à sala de aula depois de 25 anos.
Ele conta que, como não conseguiu recuperar o histórico dos tempos em que estudou em Cruzeiro do Sul, se matriculou na EJA. Ainda em 2019, ele decide fazer o Enceja, uma avaliação de desempenho. Em seu caso, para o ensino fundamental. “Pelo Enceja consegui concluir o ciclo do ensino fundamental”, explica.
Também no final de 2019 ele foi incentivado pelos professores a fazer um concurso para a prefeitura. Disputando com mais de cinco mil candidatos, ficou em 14º lugar para o cargo de motorista. “Eu tive apenas uma aula de português e consegui passar na redação”, lembra o, agora, servidor público municipal.
Antes, conta Abraão, estava desempregado. Vivia de fazer bicos e trabalhava como taxista. “Mas o apoio dos professores para eu fazer o concurso foi fundamental, pois eles acreditaram no meu potencial e tive tudo aqui, inclusive a merenda, que nunca faltou para os alunos”, disse.
Agora, já trabalhando, Abraão diz que pretende dar continuidade aos estudos. Pela EJA pretende fazer o ensino médio e até mesmo, depois de concluir esse ciclo, cursar uma faculdade. “Minha meta é fazer Administração ou mesmo Pedagogia”, conta.
Morador do bairro Defesa Civil, estudou na escola Djalma Teles Galdino, que atende alunos de bairros da região do Tancredo Neves, como Caladinho, Jorge Lavocat e Montanhês. “Foi o primeiro concurso que fiz na minha vida, e agora pretendo dar continuidade aos estudos”, frisou.
Consciente de que os jovens da periferia precisam de mais oportunidades, ele pede para que as autoridades continuem investindo nessa modalidade de ensino. “Que essa modalidade continue apoiando e investindo nas pessoas, para que elas possam ter suas vidas modificadas pelos estudos e pela educação”, sugeriu.