Programa de Desenvolvimento Sustentável fortalece economia florestal

Produtor Marivaldo Rodrigues é um dos beneficiados pelo programa (Foto: Elynalia Lima)

Produtor Marivaldo Rodrigues é um dos beneficiados pelo programa (Foto: Elynalia Lima)

Há cinco anos, o extrativista Marivaldo Rodrigues de Freitas, morador da Floresta do Antimary, em Sena Madureira, produzia apenas 150 latas de castanha por ano. Hoje, ele produz 2.300 latas e tem sua renda ampliada, ainda, pelo manejo sustentável da madeira e pela venda de sementes florestais para artesanato.

A melhoria da situação econômica do extrativista Marivaldo Freitas é exemplo dos avanços econômicos e sociais que o Programa de Desenvolvimento Sustentável do Estado do Acre (PDSA), financiado pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), vem realizando no Estado a partir da exploração sustentável das riquezas florestais.

Com o programa, além de Marivaldo Freitas, 53 famílias de produtores da Floresta do Antimary e outras 434 de outras três florestas estaduais melhoraram de renda, passando a dispor também do acesso à educação, à saúde, à habitação e ao escoamento da produção a partir da garantia da trafegabilidade dos ramais agrícolas.

Renovado esta semana pelo governador Tião Viana, que assinou em Brasília com o BID o contrato para implantação da segunda fase, o PDSA vai dispor, nos próximos cinco anos, de US$ 72 milhões para ampliar ainda mais a exploração agroflorestal sustentável do Estado, melhorando a renda e as condições de vida de 20 mil pequenos agricultores e extrativistas de comunidades tradicionais.

Com a fase 2 do programa, o governo do Estado estima, para os próximos anos, o aumento da participação do setor florestal de 6% no Produto Interno Bruto (PIB) do Acre, o que significa cinco vezes mais do que os 0,89% que o setor representa hoje.

Uma das metas do programa é a expansão e consolidação das florestas estaduais para produção sustentável, com isso mais 15 km de ramais serão abertos só na Floresta do Antimary (Foto: Elynalia Lima)

Uma das metas do programa é a expansão e consolidação das florestas estaduais para produção sustentável. Com isso, mais 15 km de ramais serão abertos só na Floresta do Antimary (Foto: Elynalia Lima)

“Essa é uma extraordinária oportunidade para as populações isoladas que viviam à margem da história do Acre. Os dados estatísticos sociais e econômicos mostram que 64% das pessoas que mais sofrem na vida econômica e social ainda estão no Estado em áreas isoladas, em áreas de floresta”, disse o governador, após assinar o contrato de financiamento com o chefe de Operações do BID no Brasil, Juan Carlos de La Hoz.

Segundo o governador, os US$ 72 milhões de dólares serão investidos na vida das famílias que vivem em áreas isoladas, permitindo a elas o manejo comunitário florestal e o plantio de floresta e ao Estado chegar a um modelo de economia florestal que pode mudar a vida dos que moram isolados na floresta e nos rios acreanos.

Programa vai ampliar áreas e concessões de florestas no Estado

A segunda fase do Programa de Desenvolvimento Sustentável do Estado vai ampliar as áreas de florestas públicas e as concessões florestais para manejo de madeira, melhorar o tráfego dos ramais para escoamento da produção, promover as cadeias de valor e fortalecer a gestão pública florestal e agroflorestal do Estado.

O programa prevê, entre outras metas, a ampliação das florestas estaduais em 170 mil hectares na região do Jurupari, em Feijó, e a concessão florestal de 240 mil hectares no complexo florestal da região do Rio Gregório, em Tarauacá.

O secretário de Planejamento, Márcio Veríssimo, explica que a segunda fase do PDSA, além do aspecto social, tem um viés econômico muito forte porque prevê a atração de cinco empreendimentos privados que serão destinados a processar os produtos ofertados, tanto na área florestal madeireira quanto na área florestal não-madeireira.

A segunda fase do PDSA também apoiará o desenvolvimento de um Fundo de Investimentos em Participações Florestais (FIP), o primeiro no país a ser respaldado por um governo estadual. O fundo financiará  projetos comerciais de reflorestamento e florestas plantadas para manejo com previsão de corte para 35 anos.

Com o FIP, segundo o secretário Márcio Veríssimo, será possível a criação de parcerias entre o setor público, o setor privado, pequenos proprietários e cadeias de valor competitivas, a fim de alavancar recursos para financiar projetos de recuperação de terras degradadas. O FIP permitirá que as comunidades possam ter acesso a financiamentos para plantio de floresta e para exploração por manejo sustentável, além de outras atividades agrícolas, como plantio de café, cacau e várias frutas tropicais.

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Principais metas da segunda fase da PDSA

Inclusão socioeconômica de mais de 20 mil pequenos agricultores e extrativistas de comunidades tradicionais.

Atração de cinco empresas para a geração de novos negócios de produtos florestais e agroflorestais.

Aumento da renda do produtor familiar agroflorestal.

Aumento da participação do setor florestal no PIB do Estado do Acre.{/xtypo_rounded2}

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