O Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), do governo federal, está elevando a qualidade da alimentação nas entidades de Rio Branco. Por meio da Secretaria de Estado de Extensão Agroflorestal e Produção Familiar (Seaprof), os produtos são entregues semanalmente na Central de Abastecimentos de Comercialização de Hortigranjeiros (Ceasa) e destinados às mais de 50 instituições participantes.
Segundo o coordenador estadual do programa, Carlos Antônio Pinheiro, o Acre é o único Estado do Brasil em que o PAA segue funcionando. Uma escolha minuciosa é feita pela Secretaria de Desenvolvimento Social (Seds), para definir detalhes como o destino e a quantidade de tudo o que é entregue pelos produtores.
Neste ano, em média 500 produtores são beneficiados pela venda do que cultivam nas suas propriedades, apenas em Rio Branco. A Seaprof é responsável pelo cadastramento e a definição do que será comercializado. Todas as terças-feiras, dez caminhões fazem o transporte da produção até a Central de Abastecimento.
{xtypo_quote_right}O PAA é muito importante na vida da gente, é muito bom poder contar com um dinheiro que é certo de receber
Maria Paulino da Silva{/xtypo_quote_right}
De acordo com informações do secretário de Produção, Lourival Marques, o PAA passou por reformulações. “Até o ano passado, o Ministério do Desenvolvimento Social entregava o dinheiro para o Estado para que ele repassasse ao produtor, agora o próprio governo federal faz o repasse direto na conta dele. O produtor tem inclusive o seu próprio cartão para fazer o saque com segurança”, explica.
Outra novidade diz respeito à alteração no valor máximo oferecido ao produtor, que passou para R$ 5.500 – um aumento de mil reais, se comparado ao ano passado. O programa traz benefícios para a população em três esferas. “As maiores vantagens que podemos considerar é que o produtor vende seus produtos a preço de mercado sem perder nada, as escolas e entidades consomem um produto de qualidade e, na zona rural, os filhos comem da própria produção dos pais, o que fortalece a agricultura familiar”, acrescentou o secretário.
Maria Paulino da Silva é presidente da Associação de Agricultores e Moradores do Liberdade, no quilômetro 9 do ramal Belo Jardim, situado no quilômetro 7 da BR-364. Mesmo em uma pequena área de oito hectares, sua produção é diversificada. Abacate, banana, batata, mandioca, buriti e açaí são apenas alguns dos produtos que ela cultiva. Satisfeita com os frutos de seu trabalho, dona Maria conta o que mudou desde que entrou no programa. “O PAA é muito importante na vida da gente, é muito bom poder contar com um dinheiro que é certo de receber, antes o produtor não tinha uma tv ou uma geladeira em casa e hoje em dia todo mundo tem uma casa boa com tudo dentro”, ressalta.
Na capital, casas de passagem, comunidades terapêuticas, associações, creches, centros de recuperação, abrigos e outras instituições recebem a ajuda do PAA como forma complementar a alimentação. No bairro Conquista, as merendeiras da Paróquia Divino Espírito Santo cuidam do preparo do lanche das crianças das cinco escolinhas mantidas pela igreja. O programa garante aos pequenos um cardápio rico em frutas, legumes e verduras para o maior rendimento escolar, como é o caso das crianças da Paróquia Menino Jesus, no bairro Nova Estação.
Entre outras atividades, todos os sábados, uma sopa é servida em bairros de comunidades carentes. O responsável por buscar os mantimentos todas as semanas na Ceasa é João Nascimento, que conta o principal motivo que o leva a ser voluntário há vários anos na instituição. “Se todas as pessoas tivessem a consciência de ajudar um pouco a quem precisa, a história de muitas famílias com necessidades seria diferente”, diz.