Meta é atender cerca de 350 mil alunos em todo o país, em um período de quatro anos
A Secretaria de Estado Educação e Esporte (SEE), em parceria com o Instituto Dom Moacyr (IDM), vai reforçar a oferta de educação profissional em todos os 22 municípios do Estado por meio do Programa Brasil Profissionalizado.
A ação é um programa do governo federal que repassa recursos para que os Estados invistam em formação profissional. Criado em 2007, o programa possibilita a modernização e a expansão das redes públicas de ensino médio integrada à educação profissional, uma das metas do Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE). O objetivo é integrar o conhecimento do ensino médio à prática profissional.
A meta é atender cerca de 350 mil alunos em todo o país, em um período de quatro anos. Os investimentos totais chegarão a R$ 900 milhões. Mais de R$ 500 milhões já foram investidos nesse programa para estimular a implementação de ensino médio integrado à educação profissional. As verbas recebidas pelos Estados devem ser empregadas em infraestrutura, práticas pedagógicas, formação e capacitação de professores e de profissionais da área técnica.
O objetivo do Brasil Profissionalizado é oferecer os cursos técnicos levando em conta as peculiaridades e necessidades de cada localidade. Os cursos são ofertados em três modalidades:
Concomitantes ao ensino médio: nesse caso, o estudante cursa o ensino médio em um período e o ensino profissional em outro período. O aluno tem matrículas separadas, uma em cada curso.
Integrados ao ensino médio: nessa metodologia, o conteúdo das disciplinas é adaptado à prática da formação profissional, sendo as disciplinas elaboradas por professores da área teórica e pratica. O ensino médio e o ensino profissional acontecem em um único curso. Por exemplo: o conteúdo da disciplina de matemática é oferecido de forma aplicada ao curso de agroecologia. Nesse caso, o estudante possui uma única matrícula. Os cursos integrados ainda são pouco difundidos e praticados no Brasil.
Subsequentes ao ensino médio: esse é o modelo mais comum no Brasil. Ao concluir o ensino médio, o estudante ingressa em um curso técnico de educação profissional.
O Brasil Profissionalizado age também em conjunto com o Programa Nacional de Integração da Educação Profissional com a Educação Básica (Proeja), como meio de levar educação a quem não teve oportunidade de concluir o ensino básico em tempo regular.
O Estado do Acre, que receberá investimentos totais de cerca de R$ 60 milhões, aderiu ao Brasil Profissionalizado logo no início do programa. A partir daí foram criados dois grupos de trabalho, com colaboradores da SEE e do IDM. O primeiro para enviar informações junto ao Sistema Integrado de Monitoramento, Execução e Controle (Simec), e o segundo grupo para elaborar propostas de currículos integrados, voltados para o atendimento às comunidades rurais.
A partir disso, foram selecionadas 30 escolas estaduais de educação básica (cursos concomitantes, cursos integrados – Proeja) e cinco Centros de Educação Profissional e Tecnológica (CEPs) que compõem a Rede IDM (cursos subsequentes) para receberem os cursos de formação profissional. Entre as 30 escolas da rede pública que receberão os cursos, quatro se encontram dentro de comunidades indígenas, sendo duas na região do Vale do Juruá e duas na região de Tarauacá e Envira.
Essas 30 escolas e as cinco unidades do IDM já existentes já estão passando por ampliações e reformas, sendo implantadas salas multimídia e laboratórios equipados. O Centro de Educação Profissional João de Deus, em Plácido de Castro, e o Centro de Formação e Tecnologia do Juruá (Ceflora), em Cruzeiro do Sul, já estão com as ampliações e reformas em andamento.
“Além das reformas no CEP João de Deus e no Ceflora, na semana que vem já devem se iniciar a reforma e ampliação na Escola da Floresta. Todas elas vão receber salas novas e laboratórios novos”, afirma Antônio Lázaro da Silva, coordenador do Programa pelo IDM.
Reforma e ampliação do Ceflora
Além disso, foi aprovada a construção de mais cinco CEPs da Rede IDM para receberem os cursos do Brasil Profissionalizado. A definição dos locais que irão receber esses CEPs se deu através da análise de demanda pelo IDM. Os municípios que receberão os novos prédios são: Brasileia, Feijó, Senador Guiomard e Rio Branco (onde serão construídos dois novos prédios).
Segundo a prefeita de Brasileia, Leila Galvão, a construção de uma unidade do IDM no município será de grande importância para a comunidade, visto que a região é de vulnerabilidade social, por ser de fronteira. A educação como um todo já é essencial e a Educação Profissional, para os jovens, é ainda mais.”
Outro passo muito importante dado pelo governo acreano, juntamente com o IDM, é que, dentro do Programa Brasil Profissionalizado, será possível a expansão do ensino a distância para oito localidades de difícil acesso. São elas: Santa Rosa do Purus, Porto Acre, Porto Walter, Marechal Thaumaturgo, Capixaba, Manuel Urbano e Assis Brasil.
Antônio Lázaro conta que essa experiência vai beneficiar muito esses municípios, porque o acesso a eles é muito difícil. "Nessas localidades só dá para chegar de barco ou avião. O ensino a distância vai facilitar muito.”
No mapa abaixo fica mais fácil identificar como ficará a educação profissional no Estado do Acre: