Profissionais da Saúde discutem sobre transplantes

Seminário reuniu profissionais de diversas áreas para debater morte encefálica e transplantes

Médicos de todas as áreas profissionais participaram na noite desta sexta-feira, 20, da abertura do Seminário sobre Transplantes, realizado pela Central Estadual de Transplantes e Secretaria de Saúde do Acre. Neste sábado, o encontro é fechado apenas para os profissionais que participam da central no Acre. As palestras aconteceram no auditório da Unimed.

A participação de profissionais da saúde de áreas diversas e não apenas as ligadas aos transplantes realizados no Estado até agora foi fundamental para que a Central de Transplantes possa contar com uma rede de médicos. "A ideia é que os colegas possam identificar potenciais doadores de órgãos e avisem a central, que funciona 24 horas, para que possamos agir. Hoje se houver um doador estamos prontos para fazer a captação dos órgãos, e em breve também faremos os transplantes a partir de doadores falecidos", disse o coordenador da Central Estadual de Transplantes no Acre, Thadeu Moura.

Até agora já foram realizados nove transplantes de rim entre doadores vivos no Acre. A Fundação Hospitalar já está estruturada para fazer os transplantes também a partir de um doador com morte encefálica. A equipe espera ainda o credenciamento do Ministério da Saúde para fazer os transplantes de córnea e se prepara para, dentro de um ano, realizar os transplantes de fígado no Estado.

O evento contou com a participação de dois palestrantes de fora. O neurocirurgião Renato Fonseca palestrou sobre o diagnóstico da morte encefálica e a manutenção do potencial doador – os cuidados que precisam ser tomados com o paciente para que os órgãos não sejam prejudicados com a parada do cérebro e a doação seja inviabilizada.

"Um evento como este é importante para que possamos trocar informações e acrescentar algo mais aos colegas da saúde. Quero desmistificar a morte cerebral e tudo que a cerca lembrando como se procede o diagnóstico e o que diz a lei", comentou.

Santa Catarina é o estado brasileiro com o maior índice de captação de órgãos. Joel de Andrade, o coordenador da central de transplantes da região também está no Acre para o intercambio profissional.

"Precisamos levar aos médicos e enfermeiros a idéia que é preciso mudar um paradigma: não é uma pessoa morta que está diante deles diagnosticada com morte encefálica. É um receptáculo da vida através da doação de órgãos", destacou.

O seminário, segundo o secretário de Saúde do Estado, Osvaldo Leal, é mais uma etapa da preparação do Acre para a realização das captações e mais tarde dos transplantes. "A Fundação vem se preparando para isso, temos uma equipe cada vez mais motivada, que busca este aperfeiçoamento profissional e quer oferecer este serviço ao Acre com a máxima qualidade", disse.

O coordenador da Central Estadual de Transplantes destacou que ao investir em transplantes o hospital não está deixando de investir em outras áreas ou suprimentos, como medicação. "A verba que vem para transplantes é exclusiva para esta finalidade e com a estruturação do hospital para a realização de transplantes toda a unidade ganha, pois se torna mais moderna, com mais laboratórios, mais estrutura", observou.

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