38 professores da rede estadual de 12 municípios acreanos participaram do curso oferecido pelo Governo do Estado
Parecia um ambiente de brincadeira de criança, com cola, bastão, tesoura, papel, isopor, tinta, madeira e muita criatividade, mas a presença destes materiais em uma sala com 38 professores da rede estadual tinha um objetivo nobre: confeccionar materiais didáticos para se trabalhar com alunos deficientes visuais.
O curso promovido pelo Governo do Estado, através da Gerência Especial de Ensino da Secretaria Estadual de Educação mobilizou professores de 12 municípios do Estado que durante uma semana aprenderam a construir maquetes, mapas, jogo da velha, livro tátil, pranchas adaptadas para desenhos, relógios em alto relevo, réguas, dominós e muitos outros objetos que beneficiarão cerca de 425 estudantes matriculados nas escolas acreanas.
Os docentes participantes desta etapa que se encerra nesta sexta-feira, 03, terão agora a responsabilidade de multiplicarem as técnicas adquiridas ao longo do curso, em seus respectivos municípios. A estimativa da gerente de Educação Especial da SEE, Cláudia De Paoli, é de atingir cerca de 600 profissionais que atuam desde o ensino infantil até o médio. "Essa é apenas a primeira turma, pois agora no retorno as suas cidades de origem, eles irão democratizar esta prática com seus colegas de trabalho", lembra a gerente.
Professora na escola Samuel Barreira, no bairro Cohab do Bosque, em Rio Branco, Marli Viana acredita que as oficinas qualificam o profissional para atuarem em todos os níveis de ensino e deficiências . "Vamos fazer as atividades com mais segurança e criar ferramentas para atender a qualquer tipo de necessidade que o aluno venha ter, independente de seu grau de escolaridade", explica.
De acordo com a professora que ministra as oficinas, Maria Cristina Godoy, mestre em Educação Especial, iniciativas como estas contribuem para que os alunos portadores deste tipo de deficiência melhorem o aprendizado. "Saber fazer o material adaptado ao aluno é dar condição a ele de se educar, além de ser mais uma ferramenta para inclusão", destaca a mestre.
Com experiência de quem já trabalha há quarenta anos na área da Educação Especial, Maria Cristina disse que o Acre é um exemplo e que vem acompanhando a evolução do Estado nesta modalidade, constatação apresentada pelo Educacenso em 2008 e divulgado este ano, onde se registra um aumento de 82,3% no acesso de jovens com necessidades especiais à escola convencional no Estado.