O governo do Acre, por meio da Secretaria de Estado da Agricultura (Seagri), divulgou na tarde desta segunda-feira, 26, o relatório prévio dos estragos causados pelas enchentes dos rios e igarapés, averiguando os impactos na agropecuária local. Até as últimas atualizações, são pelo menos 7.710 atingidos em todo o estado.
Os municípios em condições consideradas extremas são Assis Brasil, Brasileia, Tarauacá e Jordão; em situação crítica estão Rio Branco, Plácido de Castro, Porto Acre, Sena Madureira e Santa Rosa do Purus; em alerta estão Epitaciolândia, Xapuri, Capixaba, Senador Guiomard, Acrelândia, Bujari, Manoel Urbano, Feijó, Cruzeiro do Sul, Rodrigues Alves, Mâncio Lima, Porto Walter e Marechal Thaumaturgo.
O secretário de Estado de Agricultura, Luís Tchê, relembrou que as fortes chuvas e enchentes que têm assolado o Acre causaram impactos não apenas na população, com a situação das enchentes, mas efeitos significativos na agropecuária local. “Consideramos afetados, severamente, os grandes produtores, como os de milho e soja; e os médios e pequenos [produtores], principalmente com as produções de banana e mandioca. Além disso, o setor de fruticultura, ainda em fase inicial de desenvolvimento, foi duramente atingido”, explicou.
Mesmo diante da atual situação de emergência, o gestor relembra que o governo está, atualmente, concentrando esforços na prestação da ajuda humanitária. “Neste momento, estamos priorizando a distribuição de água potável, alimentos e demais recursos para atender às necessidades da população afetada, incluindo as comunidades indígenas”, explicou.
Degradação de lavouras
Ainda segundo o relatório, a situação é mais agravada com a degradação das lavouras em processamento para silagem, que com as enchentes, terão perdas significativas de alimentos e insumos agrícolas. “A produtividade e a qualidade dos produtos agrícolas estão comprometidas, representando um desafio adicional para os agricultores que dependem dessas culturas para sua subsistência e comercialização”, explicou o secretário.
As localidades mais afetadas com as enchentes representam aproximadamente 78% do estado, o que evidencia a extensão dos danos. “Diante deste cenário desafiador, é fundamental que medidas de apoio e recuperação sejam implementadas para auxiliar os agricultores e pecuaristas afetados pelas enchentes”, reiterou Luís Tchê.
Operações de resgate e segunda fase
Além disso, o gestor ressaltou que todos estão empenhados na realização de operações de resgate e auxílio às vítimas das enchentes, “o que garante a segurança e o bem-estar de todos os cidadãos atingidos por esta tragédia que vivenciamos agora”.
Mesmo com as ações iniciais ainda em desenvolvimento, toda a estrutura governamental está em preparo para a segunda fase do plano de assistência. “Para termos um exemplo, no ano passado, o programa “Peixe no Prato” beneficiou a cadeia da psicultura, comprando a produção dos piscicultores e contribuindo para a geração de renda no setor. Agora, o governador Gladson Cameli anuncia a extensão desse programa para outras cadeias produtivas, visando fortalecer os produtores atingidos pelas enchentes”, reforçou, acrescentando que, além disso, há o trabalho de doação de alimentos, “garantindo que ninguém fique desamparado nesse momento de dificuldade”, disse.
Luís Tchê reafirmou o compromisso do governo em trabalhar para amenizar os impactos das enchentes “e oferecer todo o suporte necessário para a reconstrução das áreas atingidas. Contamos com a colaboração de todos para superarmos juntos este desafio”, finalizou.