Produtores rurais conhecem experiência de integração pecuária e floresta

Plantio de eucalipto recupera área degradada e garante conforto térmico que aumenta a produtividade do gado (Foto: Leônidas Badaró)
Plantio de eucalipto recupera área degradada e garante conforto térmico que aumenta a produtividade do gado (Foto: Leônidas Badaró)

Com o objetivo de proporcionar o acesso dos produtores rurais a novas experiências produtivas, a Secretaria de Estado de Agricultura e Pecuária (Seap) reuniu nesta semana produtores da estrada do Barro Vermelho para conhecer uma iniciativa de integração floresta e pecuária, por meio do plantio de eucalipto.

Durante a primeira parte da atividade, o grupo participou de uma palestra no auditório da Seap sobre as vantagens do plantio da espécie.

Um dos principais atrativos é a garantia da comercialização. O eucalipto é usado pelas indústrias que utilizam lenha como cerâmicas e pelas fábricas de ração. Outra utilização que vem crescendo no Acre nos últimos anos é como estacas de cerca em propriedades rurais.

Atualmente, o eucalipto usado no estado vem de Vista Alegre do Abunã, em Rondônia, e o frete encarece o produto. Outra vantagem é o ciclo de corte. Dentro de cinco anos, quem investe na cultura já começa a extrair as primeiras árvores. Uma última – e talvez a maior – vantagem seja a recuperação de áreas já degradadas.

O engenheiro florestal Roberto Gonçalves, que já trabalha na produção de eucalipto há mais de 10 anos, explica por que a cultura é vantajosa no Acre. “Hoje, só em Rio Branco, há uma demanda de 50 hectares plantados por mês. O plantio de eucalipto em áreas já degradadas diminui a pressão sobre a floresta nativa, e o produtor consegue diversificar sua renda”, reforça.

Produtores conhecem área de plantio

Os produtores rurais tiveram a oportunidade de visitar uma propriedade onde já é realizada a integração floresta pecuária. Às margens da rodovia AC-10, no Ramal da Estrada Velha, o plantio de eucalipto se espalha em 20 hectares.

“Nossas indústrias que usam biomassa precisam de madeira que está vindo de Rondônia. Queremos unir os produtores e colocar uma nova cadeia produtiva no estado. Outro fator é a recuperação de áreas degradadas, já que mais de 80% dessas áreas são pastagens”, destaca José Carlos Reis, gestor da Seap.

A visita entusiasmou os produtores rurais. “Fiquei animado com essa possibilidade. Vamos ampliar a discussão com nossa comunidade”, afirma o pecuarista Jânio Fidélis.

A integração floresta pecuária é uma das alternativas propostas pelo Plano de Agricultura de Baixa Emissão de Carbono (ABC) lançado neste sábado, 26. “O Acre já desenvolve algumas atividades que vão ao encontro do plano. O que precisamos agora é oficializar isso e trazer recursos para o estado”, afirma Luziel Carvalho, superintendente do Ministério da Agricultura no Estado.

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