Produtores dos seringais Bagaço e Nova União, em Rio Branco, e Projeto de Assentamento Humaitá, em Porto Acre, apresentaram, nesta quarta-feira, 2, ao secretário de Extensão Agroflorestal e Produção Familiar (Seaprof), Lourival Marques, os bons resultados alcançados na produção, especialmente de frutas. Com a safra expressiva mesmo após a enchente do Rio Acre, eles solicitam apoio para aumento da área de plantio, construção de açudes e abertura de ramais.
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O encontro com o secretário reuniu 70 produtores da região, todos com áreas baixas de plantio submersas pelas águas do Rio Acre durante a última enchente. Nessas terras são cultivadas, principalmente, banana e macaxeira, enquanto nos locais mais altos são plantadas frutíferas como graviola e abacaxi, além de grãos e verduras para consumo.
“Queremos mesmo é ter mais terra para trabalhar. E com apoio do governo podemos aumentar nossa produção”, disse Antonio Rossino. Proprietário da colônia Boa Fé, no Ramal do Ferreira, Rossino tem 24 anos e perdeu todo o plantio de banana durante a enchente do Rio Acre.
O cultivo de abacaxi foi salvo: o jovem produtor tem 100 mil mudas plantadas e já começou a colheita. Além da venda garantida para o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), na modalidade Compra Antecipada, ele comercializa sua produção nas feiras e na Ceasa, em Rio Branco. Somente pelo PAA, Rossino consegue renda anual de R$ 4,5 mil.
“O que esses produtores querem é a recuperação do ramal para escoar a produção, e isso vai ser feito porque o governador Tião Viana vai investir R$ 31 milhões nesse programa”, garantiu Lourival Marques. O secretário também reafirmou o compromisso do governo do Estado na ampliação das áreas mecanizadas e construção de açudes.
O Programa Luz para Todos, que leva energia a zona rural, já chegou à localidade, assim como o PAA. Na segunda quinzena de maio começam os trabalhos de recuperação de ramais. Em julho começa a destoca e aradagem de até dois hectares por propriedade, dentro do Programa de Mecanização.
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Açudes para as comunidades ribeirinhas
Açudes para ribeirinhos é uma proposta pioneira do governo do Estado. A ação tem como princípio a segurança alimentar, garantindo alimentos suficientes para o consumo da família produtora e com possibilidade de o excedente ser mais uma alternativa de renda.
Raimundo Antonio de Oliveira Lima, da colônia São Francisco, no Ramal do Ferreira, explica que para o trabalhador rural não pode faltar peixe ou carne nas três refeições diárias. “Sempre nos alimentamos da caça, da pesca ou de pequenos animais de criação. A caça já não existe assim como peixe no rio”, disse, ao explicar que essa situação dificulta a alimentação das famílias.
O Programa de Desenvolvimento da Piscicultura no Acre vai investir até 2014 R$ 85 milhões entre a construção do complexo industrial e cinco mil açudes. No primeiro ano foram construídos 1.169 açudes. Para ribeirinhos já foram construídos 18 açudes na região do município de Tarauacá.{/xtypo_rounded2}