O mel sempre foi um produto apreciado em todo o mundo por seu sabor único, além dos benefícios que proporciona à saúde. Agora, produtores do Juruá se preparam para fazer parte de um mercado em expansão. Em mais uma de suas visitas semanais à região, o governador Tião Viana pôde ver nesta sexta-feira, 20, como produtores rurais dali estão empolgados com o programa de meliponicultura, proporcionado pelo governo do Estado por meio da Secretaria de Pequenos Negócios (SEPN).
“Hoje, fornecedores de São Paulo estão comprando um litro de mel a R$ 200. É um produto de imenso valor. O programa poderá trazer resultados fantásticos, além de não agredir a natureza e ser totalmente sustentável. Que os produtores não desistam, pois até o início do ano que vem iremos garantir o comércio para outros estados e os resultados serão incríveis”, disse o governador Tião Viana.
A meliponicultura é a criação racional de abelhas sem ferrão, uma atividade praticada há muito tempo, antes mesmo da colonização do Brasil por Portugal. O programa acreano desenvolvido pela SEPN trabalha com 11 espécies de abelha que usam as flores amazônicas para captar o pólen, algumas capazes de produzir até 20 kg de mel por ano. Ao todo, o investimento é de R$ 1,5 milhão, alcançando todas as regiões do estado.
Segundo o secretário de Pequenos Negócios, José Carlos Reis, oito mil caixas de abelhas já foram entregues em todo o estado, mas a o objetivo é bem maior. “Serão 14 mil caixas de criação de abelhas até o final de 2014, beneficiando até cinco mil famílias. São abelhas amazônicas que voam alto, até a copa das nossas árvores. Uma oportunidade nova para os produtores que pode gerar até R$ 6 mil mensal”, explica Reis.
Para o produtor João Oliveira de Miranda, 41, que possui 22 caixas de abelha instaladas em sua propriedade, a oportunidade sempre lhe pareceu muito atraente. “Eu acredito mesmo que isso aqui vai dar certo. Já tô começando a tirar algum mel e sei que com mais um tempo o lucro vai ser certo”, conta o produtor.
A convite do governador Tião Viana, o representante do Instituto Atá, de culinária sustentável, Roberto Esmeraldi, veio ao Acre para conhecer o projeto de meliponicultura de perto e procurar maneiras de que o produto acreano passe a competir no mercado. “Queremos conseguir o mais rápido possível no Ministério da Agricultura a aprovação para vendermos esse mel fora do Acre. É um mel diferenciado e precisamos saber como criar uma linha de produtos a partir dele para valorizá-lo ainda mais”, explica.
