O governo do Estado, por meio da Secretaria de Extensão Agroflorestal e Produção Familiar (Seaprof) e do Departamento de Vigilância Sanitária da Secretaria de Saúde do Acre (Sesacre), deu início nesta sexta, 14, à primeira reunião com produtores, coletores e batedores de açaí da região de Feijó.
Também participaram da reunião a representante da Secretaria de Saúde e o promotor do Ministério Público Ocimar Júnior.
No encontro, ficou estabelecido que nos dias 25, 26 e 27 deste mês será realizada a capacitação dos batedores de açaí, visando a melhor higienização do fruto antes da extração do suco da fruta. “Em meados de dezembro, faremos a capacitação dos que realizam a colheita da fruta, para aperfeiçoarmos as técnicas”, explicou Edvaldo de Andrade, coordenador da cadeia do Açaí da Seaprof.
Também ficou acordado entre governo, Ministério Público, batedores, coletores e produtores de açaí que será firmado um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), no qual os integrantes da cadeia da fruta se comprometem a processar o açaí da maneira recomendada pela Vigilância Sanitária e realizar a colheita no período correto.
O gerente da Vigilância Sanitária do Estado, José Teixeira Pinto, ressaltou que a equipe da Vigilância não está atuando para prejudicar os produtores. “O que queremos é que todos entendam a importância dos cuidados no manuseio e beneficiamento do açaí. Assim, o produtor não perde sua renda, e nós teremos a qualidade do produto assegurada”, declarou Pinto.
O promotor de Justiça Ocimar Júnior reforçou que cada produtor deve ser um fiscalizador da qualidade do açaí. Ele considera a reunião “um marco histórico para Feijó”, por permitir que a população tenha uma capacitação sobre o que está sendo produzido e colocado no mercado.
“A produção é a fonte de economia de Feijó, por isso é importante que vocês agreguem conhecimento, tenham seus estabelecimentos devidamente dentro das normas da Vigilância. Não queremos acabar com a economia, não queremos que as pessoas percam emprego, que as pessoas fiquem desassistidas, mas agreguem conhecimento e se adequem”, pontuou o promotor.
Andrade considerou o resultado da reunião satisfatório, tendo em vista que a Seaprof já havia tentado esse tipo de aproximação com os produtores, mas sem sucesso. “Os produtores são acessíveis às conversas, mas na hora de se reunir, eles ficavam receosos. Temiam que a Vigilância Sanitária ou o governo fossem destruir a fonte de renda deles, mesmo não sendo isso que estávamos propondo. Agora vejo que estamos no caminho certo, porque eles entenderam que estamos aqui para ajudar. Eles sentiram que o açaí é uma cultura que dá rentabilidade, e se não tomarem as providências cabíveis, não vão poder vender. Em vez de papel de polícia, nós estamos fazendo papel de educadores”, comentou o representante da Seaprof.
Qualidade em primeiro lugar
Antes mesmo do TAC, Mateus Oliveira, proprietário da República do Açaí, trabalha há 10 anos com a venda do suco do açaí. Ele contou que já investiu no processo de branqueamento para garantir a qualidade do produto que oferta para a população.
“Hoje, graças a Deus e a esse trabalho, ao investimento que fizemos para a limpeza adequada do fruto, os clientes dizem que nosso açaí é um dos melhores. Nós já iniciamos o processo no Ministério da Agricultura, para ter o aval para exportação”, afirmou.