Os produtores do Vale do Juruá voltaram animados com os resultados de sua participação na Expoacre. Com o apoio da Secretaria de Desenvolvimento Florestal, da Indústria, do Comércio e dos Serviços Sustentáveis (Sedens), foram montados estandes que mostram a diversidade da produção e a força do cooperativismo na região. Além da curiosidade despertada para os produtos que apresentaram, os produtores também comemoraram as vendas, as encomendas e as possibilidades de contratos de fornecimento.
A Central de Cooperativas – da qual fazem parte a Cooperativa Agrícola Mista dos Produtores Rurais de Cruzeiro do Sul (Camprucsul), a Cooperfarinha, de Cruzeiro do Sul e a Coopersonhos, de Marechal Thaumaturgo – levou para a Expoacre duas toneladas de farinha e uma tonelada de feijão, além de farinha de tapioca, açúcar mascavo e outros itens. A venda foi boa, mas não ficou só nisso. Segundo o presidente da Central de Cooperativas, Germano da Silva Gomes, deverá ser firmado um contrato com a rede de Supermercados Araújo, que pretende comprar grande quantidade de farinha e outros produtos. A Central está fazendo, no momento, o cadastro de seus produtos no sistema daquela empresa e espera fechar um bom negócio.
O presidente da Camprucsul, Antônio Azevedo, gostou do movimento no estande da Central. Disse que muita gente fez fotos e perguntou sobre os artigos da região. “Sentimos que a população gostou muito dos nossos produtos: o cidadão comprava num dia e no outro já trazia mais uma pessoa para comprar com ele. E o mais importante é que trouxemos um pedido da população: que montemos um ponto de distribuição permanente de nossos produtos em Rio Branco”.
Bajola: o barco inventado no Juruá fez sucesso em Rio Branco
Há cerca de um ano, a Sedens, como conta seu gerente regional, José Maria Freitas, incentivou a formação da Cooperativa de Construtores de Barcos e Canoas do Vale do Juruá (Cooperbajola). A Expoacre foi a primeira oportunidade de os cooperativados do setor mostrarem o que fazem. A Cooperbajola conta hoje com 26 sócios de várias áreas, como fabricantes de palheta (hélice) de motor de rabeta, de bola de casa de farinha, fuso de prensa, bajola, canoa, batelão, pintor e batedor de estopa.
O presidente da Cooperbajola, Erivaldo Coelho dos Santos, disse que os produtos despertaram muita curiosidade, especialmente a bajola, que é um pequeno barco inventado no Juruá, imitando a aparência de uma lancha voadeira, mas feita de madeira: “Ela foi bem aceita pela população, atraiu a atenção dos passantes, muita gente perguntava e batia fotos”, relata. Muitos, inclusive, já fizeram encomendas, tanto do modelo lanchinha quanto do modelo maior, que utiliza motor de rabeta. Erivaldo está com uma boa expectativa em relação à Expojuruá, que será realizada no mês de setembro, em Cruzeiro do Sul.
Polo industrial florestal
O Polo Industrial Florestal de Cruzeiro do Sul foi inaugurado neste ano e já teve participação marcante na Expoacre. Além das empresas Guaraná Cruzeiro e Meulhitos (fabricante de flocos de milho), que hoje já se encontra em plena atividade, foi destaque a participação da Cooperativa Artes da Floresta, que atua no ramo da marcenaria e movelaria. O marceneiro Edmilson Damasceno inventou uma mesa versátil e teve oportunidade de mostrar seu invento, que teve grande aceitação. O móvel, quando aberto, é uma mesa com dois bancos laterais e, se fechado, torna-se apenas num banco, ocupando pouco espaço numa casa. Com satisfação, Edmilson conta que o próprio governador Tião Viana adquiriu uma mesa, trouxe encomenda de mais seis e, ainda, a perspectiva de outros pedidos.
Potência industrial
O presidente da Central de Cooperativas Germano Gomes conta que já esteve em muitas edições da Expoacre, mas que a deste ano foi a melhor participação dos produtores do Juruá. Ele também ficou impressionado com o desenvolvimento da indústria acreana: “Estou muito alegre com o desenvolvimento; daqui a alguns anos o nosso estado vai ser uma potência industrial. Fiquei impressionado com o que vi”.