Qualidade na produção, comunidade unida e parceria com o governo do Estado. Esses são os segredos do sucesso da farinha produzida por um grupo de 10 famílias do quilômetro 16 do Ramal Linha Nova, em Bujari.
Na região, os produtores cultivam 40 hectares de mandioca, que é transformada em farinha. A produção chega a 2 mil quilos todos os meses.
Uma particularidade chama a atenção. Enquanto os homens cuidam dos roçados, são as mulheres da comunidade que ficam responsáveis por todo o trabalho de produzir a farinha – do processo de descascar a mandioca até o passo final de torrar o produto.
É o caso de Neuza Bezerra, 46 anos, que sustenta a família com a produção de farinha.
“Eu morei muitos anos na cidade e resolvi voltar para a área rural. Foi a melhor coisa que eu fiz na minha vida. Hoje, trabalho todos os dias nessa casa de farinha e consigo tirar uma boa renda”, conta.
A qualidade da farinha produzida na comunidade começa a despertar o interesse de outros estados. Nos próximos dias, os produtores irão realizar a primeira exportação da produção local para o Amazonas. Serão enviadas 100 sacas, que resulta em cerca de 500 quilos de farinha para Manaus.
Neuza fala do orgulho de ver o resultado do trabalho de suas mãos atravessando a fronteira do Acre. “É muita satisfação. Aqui a gente nunca imaginou que nossa farinha fosse chegar a outro Estado”, revela.
O governo do Estado tem sido o principal parceiro no crescimento da produção na região. Segundo Jairo Pinheiro, gerente da Secretaria de Extensão Agroflorestal e Produção Familiar (Seaprof) em Bujari, as ações vão do preparo das áreas de plantio até a ampliação da casa de farinha.
“Aqui ajudamos em tudo: mecanização das áreas, escoamento da produção, e, junto com a prefeitura de Bujari, ampliamos a capacidade de produção da casa de farinha.”
Equipamentos vão modernizar casa de farinha e aumentar a produção
Se depender da parceria com o governo, o crescimento da produção está garantido. A comunidade acaba de receber equipamentos por meio de um convênio da Secretaria de Agricultura e Pecuária (Seap) com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (Bndes), no valor de 100 mil reais.
O moderno maquinário amplia a capacidade de produção para até mil quilos diários de farinha. “Estamos muito felizes. Vamos começar a montar esses equipamentos nos próximos dias e em breve vamos ter condições de fazer uma farinha ainda melhor”, conta, entusiasmada, a produtora Maria Cleissa Nascimento.
Os novos equipamentos devem entrar em funcionamento no prazo máximo de 15 dias.