Piscicultura, horticultura e produção de biscoitos fazem da localidade modelo para ações na produção familiar
As mulheres produtoras de biscoitos de goma na comunidade Assis Brasil decidiram transformar sua associação em cooperativa visando fortalecer o processo de comercialização e organização da produção. Para tratar da organização as mulheres contam com assessoria da Secretaria de Extensão Agro Florestal e Produção Familiar (Seaprof), órgão do Governo do Estado que vem executando as políticas de investimentos na comunidade, através do gerente Valdemir Neto e da técnica em agroindústria Maria Gleiciane Oliveira. Durante o encontro realizado para constituição da cooperativa, a primeira escolha foi a do nome da entidade, cujo nome oficial será Cooperativa de Produtoras (es) de Goma da Vila Assis Brasil do Juruá e nome fantasia de ‘Cooperbiscoito’.
A atividade de confecção de biscoitos de goma é tradicional em Assis Brasil. Há dois anos, as mulheres fundaram a associação e com incentivo da Seaprof, a produção aumentou e teve um salto de qualidade. Hoje 22 mulheres dentre as associadas estão produzindo. Em conjunto elas produzem cerca de uma tonelada por semana, sendo o produto comercializado em Cruzeiro do Sul, Feijó e Tarauacá. A associação vende o quilo por R$ 10,00 ou o balde com 4,5 quilos por R$ 45,00.
Segundo a presidente da associação, Marliz da Costa Maciel, além das 22 mulheres que já estão produzindo, há outras associadas esperando a oportunidade de trabalhar, o que se tornará viável com a fundação da cooperativa e com a construção da fábrica de biscoitos que será construída na localidade no valor de R$ 500 mil, com recursos de emenda do senador Tião Viana.
Marliz conta que a produção de biscoitos é item fundamental dentro da economia de Assis Brasil. "A produção contribui muito com nossas famílias. Tem algumas que vivem só disso e mantém suas famílias – aliás a maioria delas. A cooperativa é um passo adiante. Vamos vender nossos produtos para outros estados, nós só temos a ganhar".
A produtora Joelma de Souza Cavalcante confirma o que foi dito pela presidente. Ela e a família produzem biscoitos há vários anos e acompanharam a evolução desde a fundação da associação. Ela conta que juntamente com a mãe e quatro cunhadas consegue fabricar 20 baldes por semana, o que dá um lucro excelente para todas. Ela também está entusiasmada com a cooperativa, o que segundo ela, vai possibilitar o aumento da produção familiar.
Processo coletivo
Segundo o gerente da Seaprof, Valdemir Neto, o surgimento da cooperativa é parte de um processo de ação coletiva que se iniciou há dois anos com a fundação da associação que proporcionou a melhoria da qualidade de produção, a compra de insumos de forma coletiva, financiamento via Pronaf, entre outros.
"Uma cooperativa tem vantagens na comercialização e os produtores precisam de uma cooperativa porque estão acessando recursos via Governo do Estado para construção de unidades de produção dentro dos padrões exigidos tanto pelo Ministério da Saúde quanto da Vigilância Sanitária. Com a cooperativa eles terão acesso a benefícios que não teriam com uma simples associação", disse.
Valdemir Neto informou ainda que a Seaprof está instalando na Vila Assis Brasil 16 casas de vegetação (estufas) que serão entregues a 16 famílias de horticultores. Também serão beneficiadas com as casas de vegetação mais oito famílias do Igarapé preto e 17 famílias de Mâncio Lima. Com os investimentos feitos em piscicultura na vila, também muitas famílias já estão tendo uma renda extra na produção de peixes. Assim, Neto constata que com a diversidade de ações produtivas sendo fortalecidas, a Vila Assis Brasil está se tornando um modelo comunitário de produção familiar.