Cerca de 50 produtores rurais do Assentamento Alcoolbras, em Capixaba, reuniram-se nesta quinta-feira, 21, com o secretário de Produção, Lourival Marques, e o gerente-geral da Usina Álcool Verde, Ezequiel Alves da Silva, para discutir o plantio de cana-de-açúcar no local. O objetivo é inserir o produtor familiar no processo de produção da matéria-prima para a usina.
“A proposta é que cada produtor possa plantar até seis hectares de cana”, disse Lourival Marques, acrescentando que o governo do Estado vai apoiar o processo, com oferta de mecanização, destoca e gradagem. Deverá, ainda, facilitar o acesso ao crédito, para investimento da propriedade.
Segundo Ezequiel Alves, o produtor com seis hectares plantados deve obter uma renda líquida mensal de R$ 2 mil mensais. “É importante deixar claro que o produtor será um fornecedor de cana-de-açúcar para a usina”, explicou.
Lourival Marques enfatiza que o objetivo não é incentivar a expansão da monocultura canavieira em região de predomínio da agricultura familiar, mas ter uma alternativa de renda. “A expansão se dará em áreas degradadas, de pastagens. A inserção da agricultura familiar se dá como forma de promoção da inclusão social”, disse.
Idelbrando Pereira de Souza, presidente da Associação de Produtores e Produtoras Rurais Joia Rara, afirmou que a proposta apresentada pela empresa, que garante a compra de toda a produção, além de fornecer assistência técnica desde o plantio até a colheita, é boa, e disse que vai repassar as informações aos 60 parceleiros que integram a associação.
A usina tem capacidade industrial para uma safra plena de 1,5 milhão de toneladas de álcool. A futura implantação de uma fábrica de açúcar também poderá atender todo o mercado da Região Norte e realizar exportações dos seus produtos pelo Oceano Pacífico, via Peru. A expectativa é de que a Álcool Verde tenha, cada vez mais, um efeito multiplicador, bastante significativo na geração de emprego e renda.
A composição acionária da Álcool Verde tem a participação minoritária do governo do Acre e da Companhia Acreana de Participações, que tem como acionistas o Grupo Farias e empresários acreanos. A participação do governo segue a lei estadual 1.684, de 28 de setembro de 2005, que autoriza o Poder Executivo a participar de atividade econômica, mediante associação ao capital privado, ainda que de forma minoritária, com o aporte de recursos econômicos, bens móveis e imóveis, com vistas ao desenvolvimento do polo agroindustrial.