Equipes responsáveis pela Zona de Atendimento Prioritário enfrentam as dificuldades do inverno para não interromper trabalho
Nesta terça-feira cerca de 40 pessoas compareceram no ato de pagamento do bônus do Programa de Certificação da Propriedade Rural Sustentável que aconteceu na câmara de vereadores do município de Feijó. O evento foi organizado pela Secretaria de Extensão Agroflorestal e Produção Familiar e pelo Instituto de Terras do Acre.
A Zona de Atendimento Prioritário da BR-364 é conhecida como ZAP-BR e abriga 400 famílias de produtores rurais. O atendimento destinado a esta que é uma das regiões mais isoladas do Acre faz parte dos projetos de desenvolvimento sustentável e valorização da floresta. O resultado da melhoria de vida na região também funciona como mitigação dos impactos da construção da estrada.
Várias famílias da ZAP BR já aderiram voluntariamente ao Programa de Certificação e fazem parte da grande comunidade de produtores acreanos que abandonaram o uso do fogo, respeitam a floresta e estão aprendendo a diversificar a produção. O resultado é a melhoria da renda, da segurança alimentar e da qualidade de vida, sem ter que abandonar a sua terra.
O chefe do escritório da Seaprof em Feijó, Valter de Souza, o Tafarel, lembrou como funciona o programa, incluindo os benefícios que estas famílias já receberam. "São os equipamentos e sementes para os roçados sustentáveis, a mucuna para fertilização do solo e substituição da queima. Também já foram entregues 3000 aves e construídos, em parceria com os produtores, 14 açudes", explicou Tafarel.
A coordenadora do Programa de Certificação da Propriedade Rural Sustentável, Marlene Jardim Medeiros, lembrou que mais de 1.400 famílias já são atendidas pelo Programa no Acre e que "além do bônus, ele alia melhoria na produção com sustentabilidade".
A presidente do Sindicato de Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de Feijó, Rosa Maria, disse que um momento como este é uma conquista muito grande para os trabalhadores. "É uma iniciativa muito boa, tanto o bônus quanto os técnicos da Seaprof com a assistência e os roçados sustentáveis". Rosa Maria também é produtora rural e conta que tinha uma área degradada em sua propriedade, "que não servia para nada". Mas depois de um ano e meio com a mucuna a terra voltou a ser fértil. "Plantamos feijão e ficou muito, muito bonito", completa. De acordo com a produtora e sindicalista a situação dos produtores já mudou muito e na medida em que os produtores deixarem de queimar e passar a usar a mucuna "a produção no nosso município vai melhorar muito".
Na semana passada técnicos da Seaprof e do Iteracre realizaram a entrega das sementes de feijão para as associações da ZAP-BR, chegando até o quilômetro 51 da BR-364, antes mesmo da abertura da estrada.
Os técnicos do Iteracre que levavam as sementes enfrentaram os atoleiros que ainda existiam e foram os primeiros a chegar de carro às margens do rio Jurupari neste início de verão. De acordo com o coordenador da ZAP-BR, Fernando Lima, o "governo está cumprindo seu compromisso de continuar com o atendimento na Zona de Atendimento Prioritário tanto no inverno quanto no verão. Os técnicos enfrentam as dificuldades de acesso como podem e também contam bastante com o apoio dos produtores ao logo da estrada, que sempre ajudam as equipes. O importante é que o trabalho não pára".