Programa gerenciado pelo Governo do Estado garante a compra da produção e distribui alimentos para casas de assistência social
 Presidente da Associação Nova Vida acredita no potencial econômico da farinha de banana. (Foto Gleilson Miranda/Secom) |
 Fábrica de processamento de banana emprega de forma direta cinco pessoas. (Foto Gleilson Miranda/Secom) |
O primeiro lote de farinha de banana, um alimento riquíssimo em proteínas, foi entregue nesta semana pela Associação de Produtores Novo Ideal, do Ramal do Granada (Acrelândia) para o Governo do Estado através do Programa Compra Antecipada. Foram 2,3 mil quilos de farinha, que serão doados na próxima semana para creches, hospitais, casas de recuperação e outros locais identificados pela Secretaria de Assistência Social (SAS).
O programa Compra Antecipada é uma modalidade do Programa de Aquisição de Alimentos, do Governo Federal, através do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), que paga a cada produtor o valor máximo de R$ 3,5 mil por ano, garantindo que uma parte da produção será comprada e estimulando as propriedades rurais a produzirem mais. No Acre ele é gerenciado pelo Governo do Estado através da Secretaria Estadual de Extensão Agroflorestal e Produção Familiar (Seaprof) que realiza a compra e a distribuição dos alimentos à instituições sociais.
“Pra gente, ter a garantia da compra da produção é um alívio. A gente sabe que vai ter como vender o que for produzido, que não vai estragar ou perder. Temos a certeza também de que teremos uma renda gerada pela produção. Este programa é um grande incentivo para nós”, disse o produtor Araújo Faria Filho.
A Associação de Produtores Novo Ideal, localizada em Acrelândia, tem 22 associados e trabalha para consolidar o projeto da farinha de banana entre os produtores. Uma nova estufa, com o dobro da capacidade de processamento da atual, já está em cotação. Ela trabalha utilizando lenha e vai economizar cerca de R$ 1,5 mil em gasto com energia elétrica.
Segundo o coordenador do Compra Antecipada, Fábio Henrique Ferreira, o contrato com a Associação Nova Vida é de R$ 68 mil e deve ser renovado em fevereiro. O programa terá recursos de R$ 990 mil para investimento na compra antecipada da produção nos municípios de Brasiléia, Epitaciolândia, Xapuri, Assis Brasil e Capixaba a partir de fevereiro.
"Tendo a garantia da saída dos produtos a gente fica mais seguro para produzir, porque sabe que a produção vai ter um destino certo. O projeto da farinha de banana está no início ainda e nossa intenção é consolidá-lo. Pouco a pouco os produtores vão vendo as coisas acontecerem e se interessam mais em participar", comentou Dinaldo Faria da Silva, presidente da Associação Nova Vida.
O projeto é desenvolvido com a assistência técnica do Pesacre, responsável pelo acompanhamento local da produção. A Universidade Federal do Acre (Ufac) faz o acompanhamento da qualidade do produto alimentício e a Secretaria Estadual de Extensão Agroflorestal e Produção Familiar (Seaprof) é responsável por intermediar o programa Compra Antecipada.
Hoje é possível encontrar a farinha de banana apenas em alguns supermercados de Acrelândia. O produto já esteve exposto em diversas feiras nacionais, e mercados de outros Estados demonstraram interesse na sua comercialização. “Estamos em processo para trabalhar com o código de barras e embalagens menores, o que vai permitir disponibilizar a farinha em supermercados e mercearias. O Araújo se interessou pelo produto”, explicou Dinaldo Faria da Silva, presidente da Associação Nova Vida.
Cremes, mingau, sonhos, bolos…
 Tatiane participou de feiras nacionais para divulgar a farinha de banana. (Foto: Gleilson Miranda/Secom) |
A farinha de banana tem grande valor nutricional, é rica em fósforo, proteínas, potássio, carboidratos e é utilizada principalmente na alimentação de idosos, gestantes e crianças, pois substitui o trigo, mas sem conter glúten.
“É possível preparar pães, bolos, vitaminas, mingau, creme, sonhos. A farinha de banana é utilizada em substituição a farinha de trigo ou, em algumas receitas, podem ser usadas as duas”, explicou a produtora Tatiane Ribeiro.
