Daudete Augustinho é um exemplo do quanto a produção rural é capaz de mudar a realidade das famílias que tiram da terra seu sustento.
Um ano e meio atrás, ele estava bem longe da rotina de um produtor. Era taxista. Das viagens de Porto Acre a Rio Branco conseguia o sustento da família.
A renda líquida de R$ 1 mil por mês não era suficiente para cobrir todas as despesas de casa. Casado com a filha de um produtor rural, resolveu trocar o volante pela enxada. Um ano e meio depois, o sorriso estampado no rosto é uma dica da resposta quando perguntado se mudar a profissão de taxista para produtor rural valeu à pena.
“Não troco minha vida atual pela antiga de jeito nenhum. Virar produtor rural foi a melhor coisa que fiz. Estou feliz, tranquilo e satisfeito com a minha produção”, afirma.
É do cultivo de hortaliças que veio toda essa mudança de vida. Três vezes por semana, Augustinho entrega à Central de Abastecimento de Rio Branco (Ceasa) seis mil maços de couve, alface e cheiro-verde, além de pimenta-de-cheiro e pepino. Engana-se quem pensa que toda essa produção sai de uma grande área de terra – são apenas dois hectares.
Parceria da Seaprof no acesso ao crédito agrícola
O diferencial na propriedade é o sistema de irrigação, fruto da parceria com o escritório da Secretaria de Estado de Extensão Agroflorestal e Produção Familiar (Seaprof) do Humaitá, em Porto Acre, que foi responsável pela elaboração do projeto com o qual Augustinho conseguiu o financiamento para irrigar a propriedade.
“Todo esse sucesso é graças ao apoio do governo do Estado. Espero continuar com esse incentivo, pois ninguém faz nada sozinho. Ano que vem pretendo chegar a quatro hectares, plantando maracujá e mamão”, explica.
Atualmente, o faturamento bruto na produção chega a R$ 12 mil por mês. “Quando tiro todas as despesas da produção e o pagamento dos funcionários que me ajudam, ficam para minha família 5 mil reais. É um dinheiro que nunca ganhei dirigindo táxi”, lembra.
Durante visita ao produtor rural, Lourival Marques, gestor da Seaprof, lembrou que o sucesso de Augustinho é fruto da vontade de produzir e da parceria com o governo do Acre. “Nossa maior satisfação é constatar a felicidade do produtor. Essa é a prova de que as pessoas precisam acreditar nas oportunidades que hoje oferece o setor produtivo acreano.”