Primeiro lote com ovelhas e carneiros está a caminho do Acre

Animais serão distribuídos pelo governo do Estado; investimento inicial é de R$ 2,5 milhões

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Rio Branco terá um abatedouro de ovelhas e carneiros para garantir a produção em larga escala da carne e derivados (Foto: Sérgio Vale)

Valente, no sertão da Bahia, fica a 242 quilômetros da capital, Salvador, e tem uma população aproximada de 40 mil habitantes. Seria mais uma cidade qualquer, entre centenas de outras que compõem esse importante Estado nordestino, se não tivesse a calma do dia-a-dia constantemente quebrada pelo barulho dos rebanhos de ovelhas e carneiros que cruzam suas ruas nas carrocerias das carretas e caminhões ou atravessando as inúmeras estradas vicinais.

São elas que ligam as propriedades rurais que se dedicam exclusivamente à criação e aperfeiçoamento genético desses animais voltados à exportação para várias partes do país. “Daqui saem diariamente lotes com matrizes e reprodutores para São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso, Roraima, Goiás, enfim, felizmente nosso pessoal não consegue ter descanso”, diz, satisfeito, Carlos Alberto Guimarães de Oliveira, dono da Fazenda Pedra Bonita.

É de lá que virão as 7.400 fêmeas e os 600 machos que serão entregues pelo governo do Estado, a partir da próxima semana, aos 600 criadores inseridos nesse programa de formação da cadeia produtiva da ovinocultura. Cada um receberá um macho e doze fêmeas. “Como pode haver duas crias por ano, com cuidado, em pouco tempo, o plantel se multiplicará. E o governo vai acompanhar a evolução desses rebanhos, um a um”, assegura o secretário de Agricultura e Pecuária, Mauro Ribeiro.

O primeiro lote, com 370 ovelhas “Santa Inês” e 30 carneiros “Dorper”, com idade entre oito e doze meses, já saiu da Bahia, devendo chegar a Rio Branco até o fim de semana. O cruzamento dessas duas raças resulta num animal forte e excelente para a produção de carne de qualidade. “Por ser rústico, é também de fácil adaptação em qualquer região”, ressalta o veterinário Alan Palu, da Secretaria de Agricultura e Pecuária, responsável pela seleção das primeiras matrizes e reprodutores.

Em breve Rio Branco terá um abatedouro de ovelhas e carneiros para garantir a produção em larga escala da carne e derivados. Cabe ao governo proporcionar aos pequenos criadores as condições para que possam participar desse processo assegurando uma renda razoável para centenas de famílias. O animal atinge o peso ideal para abate – 15 quilos de carcaça ou 30 quilos de peso vivo – após oito a dez meses. Numa área de um hectare, cada produtor poderá hospedar de seis a oito ovelhas.

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O primeiro lote, com 370 ovelhas “Santa Inês” e 30 carneiros “Dorper”, com idade entre oito e doze meses, já saiu da Bahia, devem chegar a Rio Branco até o fim de semana (Foto: Sérgio Vale)

  Quem adere ao programa deve seguir as orientações dos técnicos da Secretaria de Agropecuária, construir um aprisco – que pode ser suspenso ou de chão batido – e ter bom pasto, assumir a responsabilidade pelos cuidados dos animais e prestar assistência aos borregos depois de nascidos, entre outras exigências. Dois anos após receber as doze fêmeas e o macho, o produtor irá devolver ao governo a mesma quantidade recebida, permitindo que novas famílias possam ser atendidas.

Além do investimento inicial de R$ 2,5 milhões, o governo do Estado dará toda a assistência necessária, inclusive capacitando pessoal para o manejo seguro nas propriedades. A ovinocultura, somada a outras ações voltadas ao meio rural, ganhará destaque na gestão do governador Tião Viana ao longo dos meses e anos que virão como forma de tornar cada comunidade um polo produtivo e que, a partir daí, haja a devida distribuição de renda, tão essencial à dignidade de cada pessoa. 

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