Com um plantio variado, José da Silva, ou simplesmente Zé do Ovo, constrói com sua família a prosperidade em sua terra, buscando a cada dia melhorar sua renda e qualidade de vida. A palavra importante para seu modelo agrícola é a diversificação, que tem garantido anos de muito trabalho e bons frutos.
Na colônia de 30 hectares chamada Pé da Terra, em Mâncio Lima, José começou seu trabalho com plantio de tomate, em uma época em que a verdura custava muito caro devido ao isolamento, por falta da rodovia BR-364. Sergipano, morou em Rondônia, até decidir ir para a região do Juruá há 17 anos, ao ouvir rumores de oportunidade.
“Eu cheguei aqui por causa das informações, pois o povo falava que não produzia nada. Eu vim mostrar que produz. É fácil a pessoa olhar e dizer que não dá, mas não existe terra improdutiva, tudo a terra produz”, relata. Após os anos de trabalho em sua propriedade, ele está comprovando que com organização e conhecimento, é sim possível alcançar bons resultados e um bem estar com sua família.
“Eu trabalho hoje com mamão, pimenta de cheiro, maracujá, laranja, limão, frango, suíno, pepino, melancia, eu acho que tem mais coisa, mas não estou lembrando. Vou ampliar o mamão para atender aqui no Juruá e em Rio Branco. Para eu atender o que eu quero, preciso de pelo menos 10 mil pés”, explica o destemido senhor, andando por entre sua plantação, apontando a terra, toda irrigada e bem limpa.
A irrigação é um dos fatos que contribuem para a boa produtividade. Mas José acredita que precisa ter algo a mais: “Primeiramente, é preciso amar o que faz e investir em tecnologia certa. Tem que ter conhecimento, ser sábio, porque o que começa errado, dá errado”. Com isso em mente, o produtor vai ampliando seus trabalhos, além de vender diversas mercadorias como milho, ovo na região, ele agora irá entregar 66 toneladas de frango para a merenda escolar.
José tem na diversificação um fator importante para conseguir ter uma produção estável e por vezes abundante. Ele explica o porquê: “Porque, tanto em problema, como em mercado e preço. Por exemplo, vem uma época com mais oferta do que procura, você vai vender barato ou às vezes nem vale a pena colher, porque o preço não paga o trabalho, como é o caso da pimenta. Nesse caso, você deixa a pimenta e colhe o mamão. Mas agora está tudo bom de preço, aí é só alegria, faz o dinheiro nos dois. Se você só tem a pimenta, na hora que ela não dá preço, você está na lona, cai n’água. Tem que diversificar, quando um não dá, o outro dá”.
José recebeu apoio do governo do Estado, por meio da Secretaria de Produção Familiar e Extensão Florestal (Separof), equipamento para mecanização e atualmente faz parte do projeto de plantio de frutíferas, com isso ainda este ano terá diversas mudas de açaí em sua propriedade.