Evento reuniu policiais e bombeiras militares do Acre
Elas têm como missão salvar vidas e garantir a segurança. Apesar dos desafios destacam-se em sua profissão rompendo todas as barreiras e permanecem com a sensibilidade que a mulher traz consigo. Elas são mães, esposas, amigas e, no trabalho, podem usar farda e agir com bravura.
Com o intuito de apresentar os trabalhos desenvolvidos pelas mulheres nas forças militares estaduais, o Governo do Estado por meio da Polícia Militar do Acre e o Corpo de Bombeiros Militar do Acre, realizou na última quinta-feira, 5, um café da manhã, no Clube de Oficiais, com a presença da primeira-dama do Estado, Ana Paula Cameli.
O evento teve início com a fala do comandante-geral da Polícia Militar do Estado Acre, coronel Ezequiel Bino, que salientou que esse momento é muito importante, pois ainda há muito a avançar pelos direitos das mulheres.
“As mulheres militares merecem o reconhecimento pelo seu importante trabalho na sociedade acreana e tenho certeza que esse é o mesmo sentimento do comandante do Corpo de Bombeiros Militar do Acre, coronel Carlos Batista e contem sempre com meu apoio”, afirmou o comandante da Polícia Militar do Acre, coronel Ezequiel Bino.
A 2º tenente Fragoso, apresentou a todos os presentes um breve histórico da atuação do Corpo de Bombeiros e ressaltou que a corporação atua no estado desde 1974, mas só em 2007 entrou a primeira turma de bombeiros militares femininas.
“Eram 20 vagas, mas apenas 13 guerreiras conseguiram ingressar no Corpo de Bombeiros. Faço parte deste início, mas com o passar do tempo fomos desbravando, conquistando e em 2013 entraram 37. Em 2016 formou a primeira turma de oficiais. Neste ano ingressam mais sete e tudo isso é uma vitória”, explicou a 2º tenente Fragoso.
Todos os dias, elas saem às ruas e lidam com inúmeras situações, algumas delas perigosas. E como se não bastasse o peso da responsabilidade, ainda precisam provar, rotineiramente, a competência aos que ainda acreditam que seu trabalho “não é coisa de mulher”.
A major Marta Renata, assessora de comunicação da Polícia Militar, agradeceu a presença da primeira-dama do Estado e falou que desde 2005, ano que entrou na Polícia Militar do Acre, nunca receberam uma primeira-dama de Estado e solicitou apoio para a realização de um workshop com o tema “Protagonismo feminino nas instituições militares”.
“Ficamos felizes por essa oportunidade de aproximação com a primeira-dama e estamos ansiosas por melhorias, pois sabemos que uma mulher poderá nos ouvir e nos ajudar com nossos projetos”, declarou a major.
A criação da Polícia Militar do Acre deu-se no ano de 1916, mas só em 1985, quase 70 anos depois, houve a inserção de mulheres na instituição. “Tivemos grandes avanços, mas precisamos de boas políticas de gênero, fardamentos, alojamentos e oportunidades de cargos”, completou Marta Renata.
Muitos são os desafios para que as mulheres militares alcancem o que desejam, desde mais vagas em concursos públicos, honrarias como os homens militares recebem, permanência da legislação da previdência e a quebra dos preconceitos que ainda existem.
A primeira-dama do Estado Ana Paula Cameli, em sua oportunidade de fala, enfatizou a cultura machista impregnada na sociedade.
“Percebo que as promoções e honrarias raramente são feitas às mulheres militares e isso precisa mudar. Coloco-me à disposição destas bravas mulheres, abrindo as portas do meu gabinete para as militares femininas e no que pudermos, junto ao Governador Gladson Cameli, buscaremos a valorização e estaremos a disposição para atender suas solicitações”, destacou a primeira-dama, Ana Paula Cameli.
A força e a luta contra as barreiras do preconceito fazem da sargento Raimunda Alencar, do Grupo de Choque da Polícia Militar, um exemplo de perseverança e amor a profissão. Aproveitando o ensejo, relatou que todo o preconceito que sofreu ao fazer o curso para ingressar no grupo de choque serviu como incentivo para continuar a desafiar os seus limites.
“Foram muitas palavras negativas e pouco apoio, mas tudo isso levou a me dedicar ainda mais nas metas que eu queria alcançar. Somos diferentes e isso é uma verdade, temos que cuidar de nossos filhos, zelar pelo trabalho, estudar e ainda cuidar na nossa casa, mas isso só as mulheres conseguem fazer”, disse a sargento Alencar.
“Sou mãe e preciso gerenciar o trabalho e a família, mas não posso desistir. Fico muito feliz de termos a presença da primeira-dama, pois é necessário que a sociedade conheça nosso trabalho, nossas conquistas e as nossas lutas. Precisamos nos unir e sabermos de nossa importância, realizando o nosso papel”, frisou emocionada a Sargento Alencar, recebendo um abraço da primeira-dama e sendo aplaudida por todos.