O Programa Fala Secretário, da TV Aldeia, desta terça-feira, 3, recebeu o diretor-presidente do Instituto de Mudanças Climáticas e Regulação de Serviços Ambientais do Estado do Acre (IMC), Eufran Amaral. Em pauta, as mudanças climáticas do planeta, desenvolvimento econômico, ambiental e social com sustentabilidade e o Sistema de Incentivo a Serviços Ambientais. A população participou do programa através de enquetes e de ligações da capital e do interior.
Segundo Amaral, o IMC tem a missão de trabalhar a regulação de serviços ambientais integrado no cenário das mudanças climáticas. O Instituto de Mudanças Climáticas trabalha com a proteção e alternativas, principalmente para as populações mais vulneráveis, como os extrativistas, pequenos produtores, ribeirinhos e indígenas.
O Instituto trabalha com muitas parcerias, explicou Amaral. “Temos parceiros em vários níveis – parceiros daqui do Acre, parceiros de referência nacional e de referência internacional”, disse. As parcerias são firmadas em diferentes áreas: com institutos de pesquisa como a Embrapa Acre, Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam), Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) e ONGs como a Forest Trends e a Comissão Pró-Índio, entre vários outros.
Com relação à implantação do Sistema de Incentivo a Serviços Ambientais em terras indígenas, Amaral ressaltou a preocupação principalmente com as populações mais vulneráveis. Os indígenas estão em situação de vulnerabilidade, em especial porque dependem dos serviços ambientais das suas terras para sobreviver, dos frutos da floresta, da água e dos animais. Apesar de parecer complexo, para eles o tema das mudanças climáticas é corriqueiro. “Nós estamos trabalhando no processo de formação para que eles mesmos possam decidir sobre a gestão das suas terras e sobre se vão querer ou não a ferramenta do Sistema de Incentivos a Serviços Ambientais [Sisa].”
Amaral explicou que o Sisa existe principalmente para garantir direitos, por isso mesmo são desenvolvidas as salvaguardas socioambientais. Por isso, a participação popular é imprescindível, pois é a população que está na ponta, que sente na pele as mudanças do clima.
Por telefone, José Afonso, da zona rural de Porto Acre, perguntou por que querem parar apenas com os roçados e não com os grandes manejos. Amaral respondeu que, na verdade, o que se quer é trabalhar de forma integrada com a área dos produtores. Sobre o Manejo Florestal, ele ressaltou que há pouco mais de dez anos 95% da extração de madeira era predatória. Hoje essa situação se inverteu – 96% da produção de madeira vem de planos de manejo sustentável, que respeitam a capacidade de recuperação das florestas. Além disso, o governo está reduzindo as queimadas a partir das alternativas integradas de vários programas de governo, como o de piscicultura, de pequenos animais, de sistemas agroflorestais e outros.
Amaral terminou afirmando que o desenvolvimento sustentável é combater a pobreza e garantir o desenvolvimento ambiental. Os governadores Jorge Viana, Binho Marques e agora Tião Viana tiveram a sabedoria de caminhar rumo ao desenvolvimento sustentável.