Durante a oficina “Reflexões e Aprendizados com a Experiência do PIDS” num evento promovido pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), o projeto de desenvolvimento sustentável do Acre foi apresentado e elogiado pelo presidente da instituição, Luciano Coutinho. Ele afirmou que o Acre é um parceiro de longo prazo com o banco e um ente federativo importante pela qualidade de suas políticas públicas.
“Recebi ao longo da minha presidência os governadores Jorge Viana, Binho Marques e Tião Viana. Aprendi a admirar a capacidade de planejamento de um Estado pequeno, em uma posição remota geograficamente, mas que sempre buscou consistentemente o fomento ao desenvolvimento econômico ambientalmente sustentável, com inclusão socioprodutiva”, revela Coutinho.
O presidente do BNDES mencionou ainda as linhas de inovação, de valorização da cultura e das identidades locais, além de projetos mais audaciosos, como o de colocar o Acre no centro da articulação brasileira com o Peru e outros países de fronteira com a Floresta Amazônica. “Tenho uma clara compreensão da importância da continuidade desse processo de planejamento e de avanço nas políticas do Acre. Vamos registrar a demanda por mais flexibilidade nas linhas do banco”, disse o presidente.
Durante a oficina, o superintendente da Área de Infraestrutura Social do BNDES, Ricardo Ramos, que coordenou os debates, a continuidade e o sucesso das operações com o Acre, afirmou: “Estive em Rio Branco uma vez e fiquei impressionado como lá se respira BNDES”.
Resultados concretos
O Acre tem hoje 733 mil habitantes, distribuídos em um território de 164 mil quilômetros quadrados, dos quais 86% estão em área de floresta (quase a metade dela protegida). Segundo o secretário de Estado de Planejamento, Márcio Veríssimo, “com um modelo de gestão baseado na economia verde, o Acre tem o quinto PIB que mais cresce no Brasil. Saímos de cerca de R$ 2 bilhões para R$ 8,4 bilhões, com um PIB per capita de R$ 11,5 mil”.
Em 2000, 25% da população acreana vivia em extrema pobreza, percentual que caiu em 2010 para 18% (cerca de 134 mil pessoas). “Mediante programas emancipatórios, com forte impacto nessa microeconomia, temos a expectativa de tirar desse universo pelo menos 50 mil pessoas até 2014”, adiantou o secretário.
Desde o início do monitoramento, em 2002, o desmatamento vem caindo significativamente. Os indicadores de educação e saúde vêm melhorando, entre eles a mortalidade infantil, que é a que mais reduziu no país. Hoje, 75% da população vive em cidades de médio e alto IDH.
Os recursos do banco proporcionaram uma transformação no Acre. A primeira operação do Programa Integrado de Desenvolvimento Sustentável do Estado do Acre (PIDS), de R$ 50 milhões, ainda no governo de Jorge Viana, possibilitou a revitalização de espaços públicos num contexto histórico.
A partir daí, foram revitalizados o sistema viário, os parques urbanos, a gestão pública e a infraestrutura, contemplando áreas cruciais do governo, como saúde, educação e habitação. No total, já foram investidos R$ 2,5 bilhões do BNDES no Estado (mais da metade nos últimos três anos), o que corresponde a 59% da carteira de projetos, que soma R$ 4,2 bilhões.