Artistas de vários grupos que participam do VI Festac estiveram reunidos com a diretora-presidente da Fundação de Cultura Elias Mansour, Francis Mary Alves de Lima, com o objetivo de afinarem parcerias para futuros projetos artísticos-culturais tendo como foco a formação, o intercâmbio e a troca de experiências.
Um dos assuntos em pauta foi o Encontro de Teatro da Floresta, com o tema “Políticas Públicas para Artes”, que acontece nesta sexta-feira, 20, como parte da programação do festival. Serão debatidos temas como: “Teatro Amazônico dentro do Panorama do Teatro Brasileiro”; “Políticas Públicas para o Teatro e o Custo Amazônico”; além da Leitura da Carta tirada no IX Encontro da RBTR, em Teresópolis (RJ), e seus desdobramentos; e a Repactuação do Triangulo Cultural do Noroeste.
Francis Mary falou das ações e programas que trazem a arte, a cidadania e a humanização como dimensão pública das políticas culturais. “A arte pode ser uma das ferramentas de construção da cidadania. Ela pode ser utilizada como um meio de assimilação e transformação do mundo, um instrumento para conhecer e desvendar, através da sensibilidade e da estética, dimensões do desenvolvimento humano de grande importância para a vida, e integração entre as pessoas”, defendeu.
Os artistas manifestaram total interesse em colaborar com o projeto que tem como um dos focos o acesso das comunidades aos bens e serviços culturais. “A ideia é formar um movimento para pensar formas alternativas, solidárias e sustentáveis de produzir as várias linguagens artísticas e culturais nos bairros dos municípios acreanos. Além disso, é mapear os talentos, e ‘massagear’ o que está adormecido e que precisa apenas de um ‘toque’ para despontar. Queremos fomentar esse processo de arte e cidadania”, explicou a diretora.
Para o ator Carluty Ferreira, da Cia Produz Ação Cênica (MG), o projeto cultural do governo já começa com uma ousada ideia: valorizando os grupos locais, a troca de experiências com artistas de outros estados, para permitir aos cidadãos o acesso aos bens e serviços culturais. “Esse processo tem tudo pra ser um sucesso, pois valorizar o que é de casa e intercambiar com novas experiências, repensando a sociedade, é trazer novas possibilidades para o cidadão. É incluí-lo como ser humano. Nós estamos à disposição para contribuir nesse projeto”, disse.
Débora Zamarioli, do Teatro de Senhoritas (SP), é atriz e trabalha na área pedagógica, com contação de histórias e criação de figurino. Ela falou da importância da formação, ressaltando a questão do mercado. “Formar e capacitar os novos grupos é importante, mas é preciso criar mecanismos de sustentabilidade, para que esse produto circule”.
Nesse sentido, Francis Mary falou do projeto Criativa Birô como espaço que estimulará, financiará e promoverá os empreendimentos culturais, com o objetivo de garantir infraestrutura para os negócios criativos, que vão desde a produção até o consumo. “Como espaço multiuso, no Criativa Birô os próprios profissionais poderão desenvolver reuniões e apresentarem seus projetos. Queremos trabalhar uma cultura empreendedora desses profissionais e ampliar o escopo da captação de recursos que hoje, no Brasil, se restringe aos editais. Mas existem outras alternativas. Os recursos de uma lei de incentivo nunca serão o suficiente para suprir a demanda”, relatou Francis Mary.
Ao final da reunião todo o grupo se colocou à disposição para contribuir nessa construção coletiva que envolve ações e programas de formação, produção, circulação e difusão com o foco na arte e cidadania