Funcionários do Museu da Borracha recebem curso de conservação e preservação de peças
Preservar a memória é uma tarefa difícil e exige muito cuidado. O processo de preservação de peças históricas é delicado e complicado. Por isso, o Governo do Estado, por meio da Secretaria de Esporte, Turismo e Lazer (SETUL) e Patrimônio Histórico, em parceria com o Instituto de Estudos Históricos do Pacífico, promove um curso de conservação de acervo de metal em museus.
O instituto tem sede no Peru e é considerado o melhor museu de armamento e ferros de guerra reconhecido internacionalmente. Quatro pesquisadores do centro estiveram presentes em Rio Branco ministrando o curso de 6 a 9 deste mês. As aulas foram divididas em duas etapas: na primeira, os funcionários aprenderam técnicas de preservação de peças, e na segunda, uma viagem a Porto Acre foi realizada, onde, além de técnicas de conservação em peças de metais, aconteceu uma visita ao sítio da cidade, onde os pesquisadores aproveitaram para fazer uma avaliação do local, berço de tantas batalhas da Revolução Acreana.
Em abril desse ano, uma parceria entre o Instituto de Estudos Históricos do Pacífico e a Setul foi firmada com o objetivo de aprimorar o conhecimento de preservação já existente no Museu de Borracha, necessário para manter viva a própria imagem do museu, que abriga um acervo fantástico da Revolução Acreana e da história do Estado.
"Estamos admirados com o acervo do museu e chegamos à conclusão que precisamos de um curso ainda mais extenso", conta Francisco Pantigoso Silveira, um dos diretores do Instituto do Pacífico. O pesquisador explica que a equipe é formada por um especialista em preservação de armas e outro em catalogação.
Ele também acredita que deve haver um investimento para levantar um sítio em Porto Acre. "Todos os campos de batalha tem um museu em sítio, porque Porto Acre, que possui uma história tão rica, não teria?". Para os membros do Instituto, o desenvolvimento da Estrada do Pacífico é só um elemento que contribui ainda mais para essa ideia. "A intenção é ajudar, e estamos dispostos a isso", afirma Francisco Silveira.
Descobertas curiosas
Com o processo de restauração sendo aplicado de forma prática nas peças de metal do Museu da Borracha e das que foram trazidas de Porto Acre, algumas descobertas interessantes acabaram sendo feitas. Alguns objetos que datavam da Revolução Acreana acabaram revelando não pertencer ao período, enquanto outras, sem datação, foram identificadas como pertencentes à época.
Fuzis, carabinas, facas e facões foram analisados. Wlisses James, coordenador da divisão de museus, mostrou uma arma que após a restauração e conservação revelou até mesmo os caracteres que mostram sua origem e data. Uma espada alemã, do século XIX, utilizada por oficiais do exército. "Só não sabemos ainda a história por trás dela", fala Wlisses. O museu também recebeu a doação de documento sobre preservação de metais, com muitas ilustrações e um passo a passo.