Tosse, dor no peito, falta de apetite, emagrecimento, cansaço e febre baixa são os sintomas da doença
A tuberculose ataca principalmente o pulmão e é causada pelo Bacilo de Koch. Em 24 de março é realizado o Dia Mundial de Combate à Tuberculose. Para falar sobre a doença, a Secretaria de Estado da Saúde coordena ações contra a tuberculose nos municípios acreanos.
Em Rio Branco, as ações estão sendo desenvolvidas pela Secretaria Municipal de Saúde e são realizadas por coordenadores das Áreas Técnicas da Tuberculose e Hanseníase, profissionais das unidades de saúde, enfermeiros, agentes comunitários de saúde e acadêmicos do curso de enfermagem da Uninorte.
Para orientar a população sobre como se prevenir e também como tratar a doença, a equipe está realizando, desde o início da semana, atividades de promoção e prevenção a saúde, em diversos locais da cidade: Unidades de Saúde da Família dos bairros Areal, Preventório e Cidade Nova, Sistema Penitenciário de Rio Branco, Detran, Clínica de Recuperação Caminho de Luz, OCA, Gameleira e Calçadão do Novo Mercado Velho.
Durante a programação, haverá orientações sobre as formas de transmissão, os sintomas, o diagnóstico, o tratamento e a cura, busca de sintomático respiratório, exames de PPD (auxilia no diagnóstico para tuberculose), teste rápido de HIV, exames para diagnóstico da hepatite B, teste de glicemia, verificação da pressão arterial, distribuição de material educativo e informativo, além de outros.
Estima-se que a bactéria atinja um terço da população mundial. A doença pode se manifestar em 10% desse total e 95% dos registros ocorre em países do Terceiro Mundo. A cada ano são nove milhões de casos novos. Cada doente infecta, em média, dez indivíduos, e cerca de três milhões de pessoas morrem por tuberculose em todo o mundo.
No Brasil, a previsão é de que 35% da população esteja infectada pelo bacilo. Anualmente, morrem seis mil pessoas de tuberculose, o que equivale a 16 mortes por dia. A desinformação, a pobreza e o aumento da Aids, além do surgimento e avanço de bacilos resistentes, contribuem para a propagação da doença.
O Ministério da Saúde gasta anualmente cerca de R$ 23 milhões nas ações de controle à doença, com medidas como informação, rastreamento de doentes, diagnóstico precoce, acompanhamento clínico e garantia de medicamentos.
No Acre, em 2010, foram notificados 341 casos, dos quais 299 eram de casos novos e três de pacientes com HIV positivo. Os demais casos são de pessoas que retomaram o tratamento após terem abandonado.
De acordo com a gerente do Programa Estadual de Controle da Tuberculose, Elcenira Farias, o governo do Acre quer reduzir ainda mais o índice de casos da doença no Estado. Assim, prioriza e investe em ações que garantem o controle, a prevenção e o combate à tuberculose. Uma das estratégias é o tratamento supervisionado, por meio das Unidades de Saúde da Família e dos Agentes Comunitários de Saúde.
Segundo Elcenira, aproximadamente 1% dos pacientes com tuberculose no Acre foram a óbito. Já o número de pacientes curados de Baciloscopia Positiva (BK+) é de 82%. O percentual de abandono do tratamento é de 7,4%. Em 2010, na capital acreana, 7% dos pacientes abandonaram o tratamento.
O diagnóstico da doença é fácil e o medicamento é gratuito, porém, o abandono do tratamento é a principal causa de preocupação, uma vez que tem a duração de seis meses, e a suspensão antes do tempo previsto pode fazer com que o paciente adquira tuberculose multirresistente, mais difícil de tratar e que necessita de medicamentos mais caros.
“Nas primeiras semanas da administração da medicação, já é possível sentir uma melhora, por isso alguns pacientes não concluem o tratamento, pois começam a ganhar peso, diminui a tosse e eles param de sentir febre. Tudo isso faz o paciente imaginar que está curado e abandona o tratamento. As pessoas precisam saber que, para garantir 100% da cura, devem tomar a medicação por pelo menos seis meses”, orienta Farias.
A tuberculose
A tuberculose é uma doença transmitida através de gotículas de saliva, portanto, ambientes em que há aglomeração de pessoas, como ônibus e cinemas, são locais em que há maior facilidade de propagação. Os sintomas são tosse que persiste por mais de três semanas, emagrecimento, fraqueza, febre leve no fim do dia, suor enquanto dorme e perda de apetite. Em estágios mais avançados, é possível o portador da doença produzir escarro com sangue.
O diagnóstico da doença é feito através de um exame bacteriológico de escarro, que é realizado pelo SUS. Com ele, pode-se descobrir se há ou não a presença dos bacilos causadores da tuberculose. Se detectada no exame a presença do bacilo da tuberculose, o tratamento deve ter início imediato.
A medicação utilizada para a cura da doença deve ser ministrada por seis meses sem interrupção. São drogas padronizadas, pois são utilizadas em todo o mundo e cedidas pelo Ministério da Saúde, que proíbe sua comercialização. Esses remédios curam 95% dos pacientes.
Os 5% restantes contraíram o bacilo causador da tuberculose de pessoas que interromperam o tratamento. É que a interrupção da ingestão dos medicamentos pode produzir bacilos resistentes à medicação. Os acometidos pela doença que não fazem tratamento emagrecem, escarram sangue, têm o pulmão destruído e, na maioria das vezes, morrem de insuficiência cardíaca e respiratória.