Secretário estadual de floresta ministrou palestra sobre o modelo de desenvolvimento sustentável adotado pelo governo acreano
Cerca de 300 pessoas de diversas partes do mundo, entre pesquisadores, ambientalistas, acadêmicos, empresários da economia verde e jornalistas, conheceram as políticas voltadas para a promoção do desenvolvimento sustentável implantadas nos últimos 12 anos pelo governo do Acre. A apresentação, que aconteceu nesta segunda-feira, 8 de novembro, fez parte da programação da Conferência Internacional sobre Florestas e Mudanças Climáticas, na Malásia.
O secretário estadual de Floresta do Acre, Carlos Ovídio (Resende), relatou aos presentes os projetos de valorização da floresta desenvolvidos pelo governo do Acre. Ele destacou ainda a recente legislação proposta pelo governo estadual e aprovada pela Assembleia Legislativa local, que cria um marco legal, inédito no Brasil, para incentivo ao pagamento por serviços ambientais, com remuneração adequada para proprietários, populações tradicionais e projetos que contribuam para conservar as florestas.
"O fato de termos recebido um convite para mostrar ao mundo como o Acre tem sido pioneiro em projetos para consolidar uma economia de base florestal demonstra o reconhecimento internacional de nossas políticas", avalia Resende. Para o secretário estadual de floresta, a conferência promove as iniciativas acreanas diante de atores internacionais, além de servir para prospectar novos parceiros e investidores para as políticas de desenvolvimento sustentável no estado.
Fizeram parte da delegação acreana no evento, além do secretário Carlos Ovídio (Resende), o engenheiro florestal João Paulo Mastrangelo, assessor do Departamento do Desenvolvimento da Indústria Florestal da Secretaria Estadual de Floresta, e o líder do escritório do WWF-Brasil no Acre, Alberto Tavares (Dande).
De acordo com Dande, as políticas estaduais de valorização da floresta e de inclusão social das populações locais são pioneiras no Brasil e têm alcançado resultados positivos. "Uma conferência como esta cria oportunidades para os projetos adotados no estado se inserirem em circuitos internacionais. No caso da Malásia, que apresenta características similares ao Brasil tanto no ponto de vista ambiental como no social, essa troca de experiências é ainda mais rica", salienta Dande, que representou o WWF-Brasil na conferência internacional.
Ele destaca que, desde o início dos anos 2000, o WWF-Brasil tem trabalhado em estreita parceria com o governo do Acre, apoiando projetos de valorização dos ativos florestais que aumentem a renda das populações locais, conservando também os ecossistemas. "Temos orgulho dessa parceria, que tem gerado resultados que servem de modelo não só para o restante da Amazônia, como também para outros países que tenham florestas tropicais", analisa Dande.
A Conferência Internacional sobre Florestas e Mudanças Climáticas é organizada pelo governo do estado de Sabah e pelo WWF-Malásia. Tem como principal objetivo estabelecer um fórum para a discussão de experiências bem-sucedidas de redução de desmatamento ao redor do mundo, além de mecanismos internacionais de financiamento de projetos de conservação.
A Malásia, localizada no sudeste asiático, tem uma área de aproximadamente 330 mil quilômetros quadrados. Deste total, pouco mais de 50% correspondem a florestas nativas conservadas e cerca de 18% são florestas plantadas, para a produção de borracha e óleo de palma (dendê).
Resende também teve uma reunião com o embaixador brasileiro na Malásia, Sérgio Arruda. Eles discutiram a possibilidade de estabelecer uma parceria de cooperação entre os estados de Sabah e Acre, contemplando as áreas ambiental, cultural, tecnológica e econômica. Dande e João Paulo também participaram do encontro.