Política de incentivo à zona rural começa a dar bons resultados

Manoel Gomes de França residente na zona rural da Vila Santa Rosa (Foto: Onofre Brito/Secom)

Manoel Gomes de França residente na zona rural da Vila Santa Rosa (Foto: Onofre Brito/Secom)

Desde 2011 o governo do Estado vem intensificando os investimentos na zona rural com ações de mecanização e destoca, plantio de coco, construção de tanques e açudes para piscicultura e aplicação de calcário. No Vale do Juruá, os resultados já começam a aparecer. Muitos agricultores aproveitaram a área onde foi plantado coco para consorciar com outras culturas.

O agricultor Manoel Gomes de França residente na zona rural da Vila Santa Rosa, em Cruzeiro do Sul, plantou cerca de 500 mudas de coco no ano passado. “Antes desse coco eu nunca tive apoio de governo, mas agora com o apoio do governador a gente se esforça mais ainda. Uma andorinha só não faz verão e agora não estou mais só”.

Segundo o agrônomo da Seaprof, Aldair Pereira de Lima, cada pé  de coco em plena produção chega a ultrapassar os 200 frutos por ano, que vai garantir uma excelente renda para o agricultor.

Gomes investiu na produção consorciada. No meio do coco, ele plantou mandioca e melancia. Recentemente levou uma carga de 100 melancias para o mercado de Cruzeiro do Sul, e vendeu a R$ 10 cada.

Além do coco e da melancia, França tem várias outras atividades na colônia, que toca juntamente com a esposa Glória. A macaxeira, plantada também em consórcio com o coco, teve a produtividade aumentada. Além da farinha que produz, França ainda cria pequenos animais como pato, galinha e galinha de Angola, fabrica biscoitinhos de goma e também está entrando no negócio da piscicultura. Já tem um tanque e está planejando construir outro. Com tantas atividades e produção, o agricultor viu-se na obrigação de conseguir um transporte. Finalmente, neste ano, ele conseguiu seu grande sonho e adquiriu uma caminhonete. “Não troco minha vida aqui pela cidade. Estou feliz aqui. O governador está muito certo em investir na zona rural”.

Para o agrônomo Aldair, o agricultor França é comprometido com a agricultura familiar e seu sucesso vem do seu trabalho intenso. Ele explica que quando o solo está muito ácido a planta não consegue se alimentar. Quando se adiciona o calcário, ele corta o efeito da acidez do solo e então a planta se alimenta com os nutrientes que existem no solo e com outros nutrientes porventura adicionados.

Laranjal

A Seaprof aplicou calcário na propriedade do agricultor Adalgiso Vieira, e o resultado foi excelente (Foto: Onofre Brito/Secom)

A Seaprof aplicou calcário na propriedade do agricultor Adalgiso Vieira, e o resultado foi excelente (Foto: Onofre Brito/Secom)

Na propriedade do agricultor Adalgiso Vieira, residente na Vila São Pedro, a Seaprof aplicou calcário num laranjal e o resultado foi excelente. Com pouco mais de um ano de plantados os pés de laranja estão grandes e sadios. Adalgiso conta que também faz consórcio na área tratada com calcário, onde planta melancia, milho e mandioca, todos com excelentes resultados. “Estas terras aqui estavam muito fracas, mas com o calcário pegaram outra substância. Neste ano tem muita gente animada colocando calcário. No ano passado faltou um pouco de roça, mas neste ano o preço subiu e está todo mundo animado. O preço subiu e com o calcário aí é que o povo se anima mesmo. Até farinha de segunda está valendo R$ 150,00, a saca”.

Adalgiso nem pensa em sair da roça: “A vida do interior e é  uma vida tranquila. Aqui criei meus filhos e aqui é meu canto de morada”.

Resultados satisfatórios

Segundo o gerente da Seaprof em Cruzeiro do Sul, Franco Severiano o governo vem tocando os programas de mecanização, destoca e piscicultura desde 2011. Naquele ano, o governo alugou equipamentos. Em 2012, o governo adquiriu máquinas e equipamentos. Neste ano, a Seaprof já beneficiou mais de 300 hectares em São Pedro e nos ramais da Buritirana, Mariana e Pentecostes, atendendo a mais de 80 produtores.

No ano passado a Secretaria atendeu mais de 400 famílias com mecanização e distribuição de calcário e neste ano a meta é chegar aos mil hectares atendendo entre 400 e 500 famílias.

O programa do coco avançou: em Cruzeiro do Sul e Mâncio Lima foram plantados 60 mil pés de coco, em 312 hectares, beneficiando 178 produtores. “Além do calcário, o governo está adubando os coqueiros de todos os produtores, para que num curto espaço de tempo eles já estejam com os resultados da produção do coco no Juruá”, disse Franco.

O governo comprou no ano passado duas mil toneladas de calcário. O importante, segundo Franco, é que os agricultores estão aproveitando a área do coco para plantar mandioca e outras culturas como abacaxi e melancia.

A Seaprof conta para seu trabalho com três distribuidores de calcário, 10 tratores agrícolas, uma escavadeira hidráulica, um trator de esteira – que faz a destoca das áreas. Neste ano, a Seaprof já fez destoca em mais de 200 hectares, evitando assim as queimadas, que eram um procedimento tradicional até pouco tempo atrás.

Para Franco, o desejo do governador Tião Viana de ter uma classe média rural no Estado vai ser possível porque tem muitos agricultores determinados a fazer isto acontecer.

Marco Felipe Santiago (pai) e Ederson Correia Santiago (filho) são bons exemplos dessa classe que surge (Foto: Onofre Brito/Secom)

Marco Felipe Santiago (pai) e Ederson Correia Santiago (filho) são bons exemplos dessa classe que surge (Foto: Onofre Brito/Secom)

Os agricultores Marco Felipe Santiago (pai) e  Ederson Correia Santiago (filho) são bons exemplos dessa classe que surge. Moradores da vila São Pedro, sua atividade principal é produzir farinha, mas também estão apostando na piscicultura, cultura do coco, criação de galinhas e um pouco de gado.

Durante o verão, a atividade na casa de farinha da propriedade é  intensa. A farinha que está sendo produzida hoje já é  proveniente de roçado em que foi aplicado calcário no ano passado. Conta Ederson que há uma grande diferença na produtividade; antes dava cerca de 50 sacas por hectare, hoje já está dando de 70 a 80 sacas. A produção anual variava entre 400 a 500 sacas, mas agora a produção vai crescer, garante o agricultor. Além disso, produzem também de três a quatro mil quilos de goma, que é vendida no mercado a R$ 3,00 o quilo.

Pai e filho também se animam com os açudes, que juntos somam 1,5 hectare de lâmina d´água, onde criam apenas matrinchãs. Também pretendem entrar no plantio de coco e para isso já tem uma área preparada.

“A terra aqui está cansada – disse Ederson – mas com o calcário o plantio vai para frente”

Compartilhe:

WhatsApp
Facebook
Twitter