Policial militar obtém nota máxima na redação e consegue vaga no curso de Medicina da Ufac

Apesar de todas as dificuldades com a escala de serviço e as atividades rotineiras, o cabo da Polícia Militar do Acre (PMAC) Marcos Paulo Souza de Carvalho, de 27 anos, nascido em Rio Branco, foi um dos 53 candidatos a conseguirem nota máxima na redação do Enem 2017 em todo o país. O tema da redação foi “Desafios para a formação educacional de surdos no Brasil”.

O grande feito credenciou o militar acreano a uma das vagas no Curso de Medicina na Universidade Federal do Acre (Ufac) este ano. Essa foi apenas uma das façanhas de Marcos Paulo, que sempre estudou em escola pública. Mesmo sem se preparar especificamente, o jovem militar já havia passado em outros cursos na Ufac, entre eles Letras/Inglês, que chegou a iniciar, e Direito, mas abriu mão da vaga por não se identificar com a área.

Marcos Paulo faz parte da “Furiosa”, Banda de Música da PMAC. Seu instrumento é o saxofone alto (Foto: Assessoria PMAC)

Como sua preferência era por Medicina, ele resolveu que em 2017 iria se dedicar aos estudos e, mesmo com a rotina corrida de ensaios e apresentações da Banda de Música da PM, onde atua desde 2011, conseguiu a almejada vaga nas duas universidades públicas escolhidas: do Acre e do Amazonas, que foi sua segunda opção. “Sempre quis medicina, só não me via capacitado. Resolvi estudar de verdade, com calma, conteúdos específicos. Sempre que tinha um tempo livre estudava e, no fim, tudo deu certo. Agora, espero o apoio da PM para poder fazer o curso”, declara.

De acordo com o subcomandante da PMAC, coronel Eudinez Pinheiro, o militar terá o apoio de que precisar para realizar seu objetivo. “A Polícia Militar dará todo o apoio necessário para que o militar continue exercendo suas atividades na corporação e, conjuntamente, frequente o curso na Ufac, adequando a escala para que ele possa se capacitar”, disse o oficial.

Aos que pretendem alcançar a aprovação no Enem, o jovem músico diz que não existe uma fórmula mágica, mas que não se deve ceder a pressões externas. “Para quem saiu do ensino médio, a pressão, inclusive a familiar, é muito grande, e às vezes atrapalha. Aconselho a não se deixar influenciar, fazer aquilo de que gosta e focar nos estudos. O tempo que eu tinha eu estudava. Às vezes o conteúdo acumulava, mas eu não entrava em desespero”, afirma.

O policial músico

(Foto: Arquivo Pessoal)

Marcos Paulo ingressou na Polícia Militar em 2009 e desde 2011 faz parte do efetivo da Banda de Música da instituição, conhecida como “A Furiosa”, na qual toca saxofone alto. Além de inteligente, ele desenvolveu o talento para a música desde cedo.

“Nasci numa família musical, na qual quem não toca, canta. Aprendi violino na igreja e já fiz parte da Orquestra Filarmônica do Acre até antes de entrar na PM. Já na corporação, participei de uma seleção para reforçar o efetivo da Banda de Música e lá estou até hoje”, diz.

Marcos diz ainda que o trabalho na PM foi um suporte, sobretudo emocional. “Se tudo desse errado, eu tinha um emprego, então minha profissão foi um suporte muito grande, principalmente emocional.”

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