A humanidade passou no último ano a crise sanitária mais difícil e mortal já existente. Desde março de 2020 vivenciamos um cenário triste, o mundo e suas relações mudaram radicalmente nos mais diversos aspectos: saúde, economia, segurança, educação, meio ambiente, tecnologia e até comportamento, necessitaram passar por severas adaptações, inovações reinvenções, tiveram que se modificar para um “novo normal”.
Para a Polícia Militar, nada mudou, o trabalho ostensivo continuou normalmente, mas para o Programa Educacional de Resistência às Drogas e à Violência (Proerd) promovido pela instituição, sim. Este teve que passar por adaptações, pois seu campo de atuação é o ambiente escolar, neste contexto foram necessários esforços para prosseguir com a assistência as crianças e adolescentes que participaram do programa.
Desta forma as aulas tradicionais presencias, semanalmente, tiveram que ser interrompidas, como em todo sistema educacional, o recurso da tecnologia foi a chave para que a Polícia Militar pudesse continuar atuando preventivamente e ajudando os alunos a fazerem suas melhores escolhas, porém surgiram os desafios de estrutura e ferramentas. A instituição não possuía um ambiental para a interação virtual, tampouco uma plataforma que pudesse viabilizar o ensino para todos os alunos.
Os militares, mentores do Proed se reuniram e pensaram em estratégias para dar continuidade as atividades com os alunos. Inicialmente foram produzidos vídeos usando fantasias e fantoches sobre temas variados em uma sala improvisada e cedida por uma escola pública, posterior a isso foram produzidos cards e divulgados nas redes sociais, espaço amplamente usado pelo público (crianças, adolescentes e jovens), o passo seguinte foram as lives.
Paulatinamente foram amadurecendo as ideias nos policiais militares que pensaram a gravar vídeo aula com o conteúdo do Proerd, no entanto se fez necessário adaptações e resumos do material para que fosse melhor aproveitado nos vídeos que requerem um tempo mais curto do que as aulas tradicionais. E por fim, vieram as parcerias com escolas particulares e secretaria de educação para utilização de suas plataformas, desta feita a Polícia Militar estava presente no ambiente virtual prestando aulas remotamente, com a redução nas restrições de isolamento passou a atender os alunos em sala de aula com parte presencial e parte virtual, sendo mais uma experiência nova aos militares.
Toda essa saga e peregrinação tinha sempre o mesmo objetivo, oferecer assistência aos alunos, ampará-los neste momento de isolamento, de dar continuidade a um programa já consolidado em nosso Estado. O Proerd atua a 22 anos no Acre e formou mais de 179 mil alunos, um significativo número de pessoas que tiveram acesso e conhecimento de temas delicados, com isso o trabalho preventivo se materializa, cada criança e adolescente que recebeu as aulas do Proerd leva consigo a esperança de termos um adulto mais consciente, um cidadão de bem.
O Proerd é um programa educacional brasileiro que tem como parâmetro o DARE (Drug Abuse Resistance Education), um programa educacional desenvolvido nos Estados Unidos pela Professora e Psicopedagoga Ruth Rich em conjunto com o Departamento de Polícia da cidade de Los Angeles, em 1983. Atualmente o Programa está presente em 58 países. No Brasil chegou em 1992, iniciando na Polícia Militar do Rio de Janeiro, atualmente podemos encontrar a presença do Proerd em todos estados da federação.
A Polícia Militar do Acre iniciou as atividades em 1999, o programa consiste em trabalhar a conscientização de crianças e adolescentes, no tocante aos malefícios oriundos do uso e abuso de drogas ilícitas. O Público alvo são alunos do nível fundamental I (1º a 5º ano) e fundamental II (7º ano), contemplando também pais e responsáveis, o elo entre poder público, escola e família são fundamentais para o fortalecimento e concretização do programa.
Saimon Coelho – 3º Sargento da Polícia Militar do Acre – formado em Comunicação Social e atua na Assessoria de Comunicação da Polícia Militar
