Polícia Civil prende quadrilha que vendia CNH e “esquentava” documentação

Informações detalhadas foram dadas à imprensa durante coletiva realizada na manha desta segunda-feira (Foto: Assessoria da Polícia Civil)

Informações detalhadas foram dadas à imprensa durante coletiva realizada na manha desta segunda-feira (Foto: Assessoria da Polícia Civil)

Na manhã desta segunda-feira, 11, policiais civis desmantelaram uma quadrilha de 27 pessoas, formada por servidores do Detran, funcionários de autoescolas, despachantes  de veículos, um policial civil, três militares, uma médica e instrutores de trânsito. O esquema criminoso foi desmantelado durante a “Operação Tentáculos”, da Polícia Civil.

A investigação começou há cerca de dez meses, quando a direção do Detran procurou a polícia para comunicar as suspeitas de que alguém estaria vendendo Carteiras Nacional de Habilitação (CNH) e “esquentando” documentação de carros roubados em outros Estados.

Segundo levantamento prévio da diretora do Detran, Sawana Carvalho, cerca de 500 CNHs teriam sido vendidas pela quadrilha. Os criminosos cobravam R$ 1 mil pela expedição do documento. O esquema era complexo – passava por todos os estágios necessários para que um condutor pudesse ter o direito de dirigir.

Operação Tentáculos apreende documentos e manda 27 pessoas para cadeia por ação fraudulenta em órgãos públicos (Fotos: Assessoria da Polícia Civil)
Operação Tentáculos apreende documentos e manda 27 pessoas para cadeia por ação fraudulenta em órgãos públicos (Fotos: Assessoria da Polícia Civil)

Operação Tentáculos apreende documentos e manda 27 pessoas para a cadeia por ação fraudulenta em órgãos públicos (Fotos: Assessoria da Polícia Civil)

Os delegados Alcino Ferreira Júnior e Rodrigo Comaru Noll foram os responsáveis pela operação, que reuniu 130 policias civis. Durante a investigação, a polícia descobriu que o recrutamento dos corruptores era feito por instrutores de nove autoescolas envolvidas na fraude.

Policiais da capital e do interior se reuniram durante a madrugada desta segunda-feira, no auditório da Secretaria de Estado da Polícia Civil (SEPC), para o comando do secretário Emylson Farias executar os 27 mandados de prisão e 36 de busca e apreensão de documentos. A polícia apreendeu R$ 7,5 mil em dinheiro, 13 computadores, seis impressos, vasta documentação e munição.

Os 27 acusados estão sob prisão preventiva e deverão ser encaminhados para o presídio após prestarem depoimento às autoridades policiais. A Delegacia Antiassalto (DAPC) e a Delegacia de Combate ao Crime Organizado (Decco) prosseguirão com as investigações, que podem resultar na prisão de mais pessoas.

O secretário Emylson Farias destacou que o Estado vai enfrentar com muita dureza qualquer tipo de crime contra a administração pública. Já Leandro Portela, promotor de Justiça, não descartou a possibilidade de oferecer denúncia contra as pessoas que foram beneficiadas no esquema. As CNHs deverão ser canceladas e os autores do ato de corrupção, apresentados à Justiça.

“Toda a ‘Operação Tentáculos’ foi acompanhada pelo Poder Judiciário, que expediu os mandados de forma célere, para que as equipes de polícia pudessem agir”, explicou o chefe de polícia.

Emylson farias ressaltou que todos os envolvidos na fraude serão autuados e responderão por formação de quadrilha, falsidade ideológica, falsificação de documentos públicos, corrupção passiva e inserção de dados falsos no sistema (disciplinado pelo artigo 313-A do Código Penal).

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