Investigação durou cerca de oito meses. Acusados de tráfico foram presos, tiveram 13 veículos sequestrados e contas bancárias sofreram bloqueio judicial
A Polícia Civil do Acre, através da Divisão de Repressão a Entorpecentes (DRE), realizou nesta sexta-feira, 5, a operação “Baixada do Sol”. Em Rio Branco, os policiais civis e militares em desempenho conjunto, na execução, buscaram cumprir 26 mandados de prisão em 36 alvos pré-definidos, sendo residências e pontos comerciais apontados pela investigação como boca de fumo e lavagem de dinheiro.
A ação policial contou com a participação de outros 14 delegados, entre os quais o secretário da Polícia Civil Emylson Farias, o corregedor adjunto Carlos Flávio Portela e envolveu um efetivo de 15 escrivães, 100 agentes de polícia da capital e do interior do Estado e 92 policiais militares. A investigação da DRE culminou na prisão de 25 pessoas por tráfico de entorpecente e associação, lavagem de dinheiro, corrupção de menores e porte ilegal de arma de fogo.
A operação “Baixada do Sol”, cujo nome foi atribuído pelo fato de a maioria dos alvos estarem localizados naquela região, segundo Emylson Farias, o objetivo da ação foi desarticular duas quadrilhas de traficantes que, entre si, mantinham estreita relação de negócio criminoso.
“A polícia atingiu o cerne da quadrilha. Primeiro, por havê-los tirado de circulação e de igual modo importante foi o sequestro de 18 veículos, dos quais 13 foram recolhidos ao pátio do Centro Integrado de Ensino e Pesquisa em Segurança (Cieps), 21 imóveis os quais após os devidos procedimentos cartorários ficarão à disposição da Justiça. Ressalta-se que, além dos bens citados, a partir da investigação da DRE a Justiça determinou o bloqueio de contas bancárias dos investigados e a apreensão em dinheiro, além de 125 cheques de valores que variam entre R$ 28 e R$ 15 mil, entre outros valores, o que caracteriza a maior operação neste formato já realizada no Estado”, disse o secretário Emylson.
Os policiais atuaram simultaneamente nos bairros Bahia, João Paulo, Sobral, João Eduardo, Conquista, Esperança e Habitasa. Na residência do Wanderclau Cunha de Oliveira, os policiais o prenderam e apreenderam carros e uma moto Honda 600 cc, de alto valor comercial. A polícia localizou grande quantidade de bens sem procedência que estavam em sua casa.
Dando continuidade na operação, Edinho Lourenço dos Santos, outro líder do tráfico foi preso pelos investigadores. Entre outros crimes ele é acusado de tráfico de droga e lavagem de dinheiro. De Edinho também foram apreendidos veículos e outros valores.
Na mesma operação, outra boca de fumo que abastecia o bairro da Habitasa foi fechada pela Polícia Civil. No endereço os policiais prenderam o dono do ponto de venda de droga e apreendeu diversas pedras de cocaína oxidada.
Estiveram envolvidos nesta ação policial, além dos 15 delegados estava o secretário da Polícia Civil, Emylson Farias e o corregedor adjunto, Carlos Flávio Portela. Emylson com a ajuda de do Centro Integrado de Operações Aéreas (Ciopaer), prestou apoio aéreo aos policiais que agiram por terra.
Além dos investigadores da capital policiais dos municípios de Sena Madureira, Capixaba, Plácido de Castro, Xapuri, Brasiléia e Epitaciolândia presidindo a operação o delegado Adriano Carrasco, da DRE, que destacou o empenho de todos os policiais.
“O consumo de entorpecentes, o “câncer” de nossa sociedade, colabora para fulminar as famílias. Os adictos perdem o emprego, se envolvem em crimes, se tornam violentos e estão condenados a viver longe das pessoas que amam”, observou o delegado Adriano Carrasco, titular da DRE. Para ele, a droga não escolhe vítimas. Ela escraviza ricos e pobres, jovens e adultos. Os entorpecentes são uma praga desafiando as forças policias. “A polícia está ciente do grau de dificuldade de acabar com ela em no Acre, mas vai intensificar o combate o tráfico de drogas nos quatro cantos do Estado”, disse.
Para o chefe de polícia, Emylson Farias, prevenir o uso indevido de drogas não é tarefa única das autoridades médicas, policiais ou judiciárias. A mobilização comunitária deve ter iniciativa e criatividade para desenvolver ações que completem as oficiais e atinjam a população em geral.
Emylson Farias ressaltou ainda, que, a Polícia Civil está diversificando os canais de diálogo entre a polícia e o cidadão. “Estamos unindo forças da comunidade, nas regionais de polícia onde funciona o ciclo completo de atendimento com a implantação do policiamento comunitário”, destaca.
Para o delegado geral a iniciativa possibilita aumentar o poder de reação da polícia e como conseqüência as ações preventivas, promovendo expressivo impacto na sociedade.
Ação integrada
Para o coronel Paulo César subcomandante da Polícia Militar as polícias Civil e Militar do Acre estiveram envolvidas na execução do caso. "A criminalidade está cada vez mais e dinâmica, e foi preciso apostar em um novo sistema de policiamento integrado para que pudéssemos ter mais agilidade e força de atuação no combate aos crimes”, destacou o Paulo César.
O Serviço de Inteligência da Polícia Civil do Acre, neste caso específico a DRE, foi decisiva para identificação e prisão da quadrilha. A Polícia Militar, por sua vez, atuou de maneira subsidiária.
Em coletiva de imprensa na manhã desta sexta-feira, na sede do Cieps, Paulo César, disse que a integração entre as polícias foi um dos fatores importantes na prisão dos chefes das quadrilhas que alimentam o tráfico.