O inimigo número um das plantações de mandioca tem nome: chama-se mandarová. É uma lagarta com grande poder de destruição e que se não for combatida de forma eficiente é capaz de dizimar um plantio inteiro em poucos dias e causar enormes prejuízos a produtores rurais.
Agricultores da região do Juruá estão preocupados com o aparecimento da praga nas plantações em Feijó, Cruzeiro do Sul e Porto Walter. Para discutir alternativas de combate à lagarta o mais rápido possível, o governo realizou durante a sexta-feira, 23, em Cruzeiro do Sul, uma reunião com a participação de secretários da área de produção, representantes de produtores rurais e empresas prestadoras de assistência técnica.
Ligiane Amorim, engenheira agrônoma do Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Acre (Idaf), explica que há três maneiras de combater a lagarta. “É fundamental que o produtor visite seu plantio pelo menos três vezes por semana. O combate à praga pode ser a catação manual da lagarta, o uso de inseticida natural e, em último caso, o de inseticida químico”, afirma.
O aparecimento de uma praga dessa natureza nessa região do Acre traz muita preocupação, já que a fabricação de farinha é a principal atividade econômica do Juruá.
Raimundo Aquino, que faz parte de uma cooperativa de produtores de farinha em Cruzeiro do Sul, afirma que está apreensivo. “É muito preocupante, porque quando ela aparece o prejuízo é muito grande e tem produtor que perde tudo que plantou.”
Plano de ação em Porto Walter
Porto Walter, no Vale do Juruá, é o que mais preocupa autoridades e produtores. Há informações de que a lagarta já tenha destruído mais de cinco hectares de mandioca. Os órgãos de governo decidiram enviar uma força-tarefa para o município já na segunda-feira, 26, para verificar os estragos e decidir a melhor forma de combater a praga. “Não podemos perder tempo. Dentro de 15 dias essa lagarta pode destruir uma plantação inteira”, destaca Glenilson Figueiredo, da Seaprof.
Quem também esteve presente à reunião foi José Carlos Reis, secretário de Agricultura e Pecuária. “Essa reunião representa o poder de articulação que tem o governo. Há toda uma cadeia em volta da fabricação de farinha que não pode ser prejudicada”, afirma.
Mamed Dankar, diretor-presidente do Idaf, destacou que é preciso uma ação imediata. “O problema está no início, por isso precisamos agir o quanto antes para que nossos produtores de mandioca e de farinha e a economia do Juruá não sejam prejudicados”, destacou.