A piscicultura tem recebido atenção especial do governo. Desde 2011, foram beneficiadas mil famílias em 17 municípios acreanos, com um total de 500 hectares de lâmina d’água destinados à atividade. Em Assis Brasil foram construídos 50 tanques para criação de peixes, e em Feijó, no outro extremo do Estado, 75 tanques.
Na segunda-feira, 16, a reinvindicação por construção de açudes para criação de peixes veio do Projeto de Assentamento Pedro Peixoto, localizado em Senador Guiomard. “Com o peixe eu posso ter uma renda sem precisar desmatar porque com gado está difícil de conseguir. E sem ajuda do governo a gente não tem como construir esse açude”, disse o produtor Luis Carlos Cazoti, residente no Ramal do “L”.
Já a produtora Deusa de Souza Santos, do Ramal Catarina, confessa que não conseguiu até hoje criar peixe, apesar de já ter um açude construído com recursos próprios. Ela afirma que sem a assistência técnica do governo não dá resultado. “Meu interesse é financeiro porque sei que peixe dá lucro, mas precisamos de apoio para poder lidar com essa nova tarefa.”
O secretário de Extensão Agroflorestal e Produção Familiar (Seaprof), Lourival Marques, conversou com os produtores e garantiu que a construção dos açudes se inicia no próximo mês. Marques lembrou aos produtores que eles devem se organizar para dar a contrapartida, que são os canos e o combustível.
“Além da piscicultura, o governo de Tião Viana coloca à disposição dos produtores rurais diversas políticas públicas. Cito um exemplo, que é o Programa de Aquisição de Alimentos, o PAA, que garante uma renda fixa de até R$ 4,5 mil por ano. Temos ainda a mecanização agrícola para o fortalecimento da produção agrícola”, anunciou o secretário da Seaprof, Lourival Marques.
Segundo o secretário, técnicos da cadeia produtiva de piscicultura da Secretaria de Extensão Agroflorestal e Produção Familiar (Seaprof) orientam desde a construção dos açudes até a comercialização do pescado. Máquinas e implementos agrícolas foram recém-adquiridos pelo governo do Estado, com o intuito de intensificar as ações produtivas e expandir a amplitude da piscicultura no Estado.
Programa chega aos ribeirinhos
Ribeirinhos situados em regiões de difícil acesso, de municípios considerados isolados, estão experimentando ações assertivas de segurança alimentar e abastecimento local, com reflexos na área social e ambiental. Comunidades banhadas pelo Rio Muru, em Tarauacá, podem relatar com conhecimento de causa os primeiros resultados decorrentes do programa estadual. Lá foram implantados 12 açudes, seguidos pela Comunidade Taquari, próximo ao Rio Liberdade, que recebeu 60 mil alevinos para povoar os 96 açudes construídos.
As dificuldades para a chegada dos maquinários – desde o embarque e desembarque em balsas até os bancos de areias e árvores caídas que impedem a navegação – são alguns dos desafios enfrentados. “Nossos tratores chegaram a ficar submersos no Rio Tarauacá. Entretanto, quanto mais desafios encontramos, maior é a recompensa. Todo o investimento encontra respaldo na satisfação das comunidades”, ressaltou o secretário da Seaprof.
O programa tem como pano de fundo estimular a economia, diminuir os custos com o beneficiamento e, por conseguinte, o preço ao consumidor final. Dessa forma, facilitar a exportação e promover o empoderamento das comunidades, tendo em vista que todo o trabalho está pautado nos parâmetros que regem o cooperativismo e o associativismo.
O Programa Estadual de Piscicultura se insere no contexto de desenvolvimento sustentável, cujo ápice se alcançará em médio prazo, com produtores de pequeno, médio e grande portes, abastecendo o mercado interno, dividindo os lucros e a frente da coordenação das cooperativas e do complexo agroindustrial que o governo do Estado estará construindo na Zona de Processamento e Exportação (ZPE).