Pessoas com ou sem transtornos mentais participam de oficina sobre tratamentos

Mais do que tinta em tela, dança e apresentações teatrais. O “Projeto Arte de Ser” traz as pessoas com ou sem transtorno mental transformação, liberdade e uma oportunidade de sonhar novamente (Foto: Marcelo Torres/Sesacre)

Mais do que tinta em tela, dança e apresentações teatrais. O “Projeto Arte de Ser” traz às pessoas, com ou sem transtorno mental, transformação, liberdade e uma oportunidade de sonhar novamente (Foto: Marcelo Torres/Sesacre)

 

Possibilitar que os pacientes com transtornos mentais estabeleçam um laço de cuidado consigo mesmos, além do trabalho e a afetividade com outras pessoas, está entre os objetivos do Projeto Arte de Ser, que visa oferecer um melhor convívio entre os pacientes e a população no âmbito social.

As pessoas podem se expressar por meio da pintura, do teatro, da escrita e da música, entre outras atividades, de acordo com seus interesses e habilidades. As oficinas são realizadas todas as quartas-feiras, das 14 às 16 horas, no Centro da Regional VI, da Baixada do Sol.

O projeto foi iniciado em 2009, por intermédio da lei de reforma psiquiátrica de número 10.216, instituída pelo Ministério da Saúde (MS). Segundo o coordenador do projeto, o psicólogo Fabiano Guimarães, as oficinas servem como novas formas de tratamento e apresentam resultados satisfatórios.

José Roberto que é frequentador assíduo comenta de suas descobertas (Foto: Marcelo Torres/Sesacre)

José Roberto, frequentador assíduo, comenta suas descobertas (Foto: Marcelo Torres/Sesacre)

De acordo com a professora da classe hospitalar Hosmac, Diana Goulart, a oficina é uma abertura de novas formas de comunicação e integração social. “Cada indivíduo tem a liberdade de se expressar livremente através dos diferentes tipos de arte, na sua peculiar forma de linguagem”, explica.

Diana Goulart ressalta que o projeto possibilita a realização de exposições artísticas, eventos sociais, culturais e recreativas. O dinheiro arrecadado na venda dos quadros é dividido – uma parte vai para o autor da obra e outra, para a oficina.

Oportunidade, entretenimento e novos sonhos são oferecidos aos participantes

As pessoas podem se expressar por meio da pintura, do teatro, da escrita, da música, entre outras atividades, de acordo com seus interesses e habilidades (Foto: Marcelo Torres/Sesacre)

As pessoas podem se expressar por meio da pintura, do teatro, da escrita, da música, entre outras atividades, de acordo com seus interesses e habilidades (Foto: Marcelo Torres/Sesacre)

Mais do que tinta em tela, dança e apresentações teatrais. O “Projeto Arte de Ser” traz às pessoas, com ou sem transtorno mental, transformação, liberdade e uma oportunidade de sonhar novamente, como explica o morador da comunidade José Roberto, frequentador assíduo há mais de dois anos.

“Antes de começar a participar da oficina, eu era um rapaz depressivo, com vários problemas de relacionamento. Aqui descobri meu talento, que é pintura em tela, e hoje a oficina me proporcionou um ambiente de entretenimento, fiz novos amigos, aprendi muito e fico grato com essas pessoas que disponibilizam duas horas por semana para nos ouvir e nos tratar como um membro familiar”, comenta José Roberto.

Nunca é tarde para sonhar. Assim pensa José Cláudio, 62, que encontrou nas reuniões uma inspiração de trabalhar novamente. “Meu sonho é ser artista. Gosto de cantar e compor músicas. A professora me deu todo o apoio para não desistir e cada vez mais buscar o que almejo. Acredito que um dia irei fazer sucesso e gravar um CD”, idealiza o paciente.

José Cláudio de 62 anos comenta que encontrou nas reuniões uma inspiração para sonhar novamente (Foto: Marcelo Torres/Sesacre)

José Cláudio comenta que encontrou nas reuniões uma inspiração para sonhar novamente (Foto: Marcelo Torres/Sesacre)

Maria de Oliveira, que faz tratamento no Hosmac, mas não se encontra internada, relata sua experiência em participar da Oficina Arte de Ser. “Eu era uma pessoa muito séria e com dificuldades de relacionamento, não conseguia olhar diretamente para as pessoas, sentia medo por qualquer motivo banal. Na oficina encontrei um meio de me expressar com as pinturas, não desmerecendo o tratamento que tomava a base de medicamentos, mas consegui ter uma postura mais amigável com as outras pessoas”, esclarece.

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