Pessoas com deficiência terão atendimento ampliado no Centro Especializado em Reabilitação

Ao som de músicas infantis, em uma sala colorida e aconchegante com brinquedos terapêuticos, a pequena Maria Heloisa, de apenas dois meses de idade, é atendida duas vezes por semana em sua sessão de fisioterapia. A bebê foi diagnosticada com torcicolo congênito e, em consulta pediátrica, foi encaminhada para o Centro Especializado em Reabilitação (CER III), em Rio Branco. 

Observada pela mãe, Klésia Dias, a bebê Maria Heloísa é atendida em sessão de fisioterapia. Foto: Pedro Devani/Secom

A mãe de Heloisa, Klésia Dias, conta que depois do encaminhamento médico para a realização da terapia, sua filha foi atendida em menos de um mês de espera, visto que era um caso de extrema urgência, pois a criança apresentava dificuldades para se alimentar durante a amamentação.    

“Minha filha iniciou o tratamento aqui no CER e sempre tem sido muito bem atendida pela fisioterapeuta. Em pouco tempo, já percebo avanços no desenvolvimento da minha bebê, espero que ela cresça e não tenha mais esse problema”, relata.  

Lenilce da Silva: “Sem esses tratamentos, a minha vida e a deles seria muito mais difícil”. Foto: Pedro Devani/Secom

Lenilce da Silva é mãe de Willes, de 21 anos, que é autista e tem deficiência intelectual, e Mariana, de 12 anos, que também é autista e apresenta transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH). Ela conta que o filho teve conclusão do diagnóstico quando já tinha 13 anos, e desde então frequenta as terapias com a irmã, que recebeu o diagnóstico mais cedo.  

“Por causa do meu primeiro filho, foi mais fácil descobrir o autismo na Mariana e buscar ajuda também, porque eu já sabia os caminhos. As terapias são muito importantes, porque ajudam no comportamento e no desenvolvimento deles. Sem esses tratamentos, a minha vida e a deles seria muito mais difícil”, conta Lenilce. 

Além dos atendimento terapêuticos, o CER III também oferece o programa Saúde Auditiva para Todas as Idades, com procedimentos que vão desde a triagem auditiva neonatal, conhecida como “teste da orelhinha”, passando pelo o diagnóstico, até a reabilitação auditiva, oferecendo também a concessão de próteses auditivas como aparelho de amplificação sonora individual (Aasi), sistema de frequência modulada (sistema FM), prótese de implante coclear (IC) e prótese auditiva ancorada no osso (Paao).

Adila Arand recebeu novo aparelho auditivo no CER. Foto: Pedro Devani/Secom

“Eu sempre fui bem atendida aqui. Como não tenho condições de comprar um aparelho de ouvido, vim na consulta para solicitar um novo, porque meu antigo estragou. Estou feliz porque me informaram que hoje já vou receber meu aparelho”, comemorou Adila Maria Arand, de 83 anos.

O CER III é referência para todo o estado, mas para facilitar e ampliar os atendimentos é realizado o Novo Modelo do Saúde Itinerante Especializado Multidisciplinar em Neuropediatria, criado para realizar atendimentos por regionais.

De acordo com a coordenadora do programa, Rosymary Fernandes, em média são realizados dois atendimentos por mês em cada localidade, com retorno, a cada 90 dias, garantido. O atendimento é realizado em todas as regionais, e até dezembro a previsão é que os municípios de Acrelândia, Plácido de Castro, Senador Guiomar e Bujari sejam atendidos.

“Até a segunda quinzena deste mês já foram atendidas quase mil crianças, totalizando mais de quatro mil atendimentos, entre consultas médicas especializadas em neuropediatria, pediatria e terapias em fonoaudiologia, fisioterapia, psicologia, nutrição e terapia ocupacional”, destacou Rosymary.

Sóron Steiner é coordenadora da Rede de Cuidados à Pessoa com Deficiência da Sesacre. Foto: Odair Leal/Sesacre

A coordenadora da Rede de Cuidados à Pessoa com Deficiência da Secretaria de Saúde do Acre (Sesacre), Sóron Steiner, explica que uma vez que a unidade atende um grande quantitativo de pessoas, mas ainda é insuficiente para atender as demandas do estado, o plano prioritário é realizar a descentralização dos serviços oferecidos na unidade.

“Estamos planejando trabalhar de forma conveniada com outras estruturas existentes que já fazem esses trabalhos voltados às pessoas com deficiência, para podermos ampliar o número de atendimentos, diminuir a demanda reprimida e oferecer terapias também nos municípios”, informa.  

Mesmo com a ampliação, a gestão ainda planeja aumentar o número de vagas no CER III com um terceiro turno. A previsão é de que até dezembro haja um aumento de 30% na capacidade de atendimentos, garantindo mais celeridade na resposta à lista de espera.

A previsão é de que até dezembro haja um aumento de 30% na capacidade de atendimentos do CER. Foto: Pedro Devani/Secom

A gerente assistencial do CER III, Cinthia Brasil, explica que os pacientes assistidos na unidade têm atendimento semanal, podendo usufruir dos serviços até três vezes por semana e, a depender de sua necessidade, permanecem em terapia por longo período, para evitar a regressão do quadro e a manutenção da vida. 

“Realizamos o acompanhamento de pacientes com diagnóstico neurológico, que não têm prognóstico favorável para alta em curto e médio espaço de tempo. Isso implica numa baixíssima rotatividade de pacientes e um modelo de atendimento que difere das consultas ambulatoriais”, destaca. 

O CER III atende quase duas mil pessoas de todas as idades que utilizam serviços como terapia ocupacional, fonoaudiologia, psicologia, avaliação neuropsicológica, fisioterapia, fisioterapia com estimulação precoce, fisioterapia cardiopulmonar (pós-covid e fibrose cística, aplicação de toxina botulínica), exames audiológicos para avaliação e diagnóstico de perda auditiva e protetização, consulta em pediatria, neuropediatria, ortopedia pediátrica, genética médica e otorrinolaringologia. 

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