Pesquisa mostra queda de 24% no preço da cesta básica em Cruzeiro do Sul

Estudo da Secretaria de Planejamento  confirma que a abertura da BR 364 derruba preços  dos alimentos e aumenta poder aquisitivo da população, que passa a ter acesso a outros bens de consumo

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No mercado de Cruzeiro, o preço dos produtos estão mais baratos com a abertura da estrada (Foto: Gleilson Miranda/Secom)

A Pesquisa Mensal da Cesta Básica divulgada nesta terça-feira, 15, pelo Governo do Acre, indica redução de 24,2% no custo dos alimentos no  índice  acumulado de julho e agosto em Cruzeiro do Sul.  Na comparação com julho, o gasto com a cesta básica caiu 15,92% em agosto, confirmando o impacto positivo da reabertura da BR 364 junto aos trabalhadores do Vale do Juruá.
Com os preços em queda, o poder aquisitivo dos moradores daquela região cresceu substancialmente. Em junho, antes da estrada abrir ao tráfego, o custo da cesta básica consumia 45,7% do salário mínimo. Devido à redução  no valor da cesta no dois meses seguintes, sua participação caiu  para 38,4% em julho e 34,6% em agosto.

No sentido contrário,  a participação de outros gastos, que corresponde ao valor que resta do salário mínimo depois de descontar os itens que compõem a cesta, subiu  de 44,2% em junho para 55,5% em agosto. "Aumentou o poder aquisitivo da população através da redução dos custos da cesta básica", disse Claudia Saldanha, diretora do Departamento de Estudos e Pesquisas Aplicadas à Gestão da Secretaria de Planejamento.  O valor da cesta em Cruzeiro do Sul  saiu de R$212,62 em junho para R$178,77 em julho e, R$161,56 em agosto.

De uma lista de 14 itens que compõem  cesta básica, o tomate lidera o grupo dos oito  que ficaram mais baratos no período. O preço do quilo do fruto caiu 66,56%, seguido do feijão (-10%), mandioca (-8,36%), frango (-5,87%) e óleo (-5,82%). Fora a mandioca, todos os outros itens sofrem redução nos preços a partir da liberação do trânsito na BR 364. 
Ao contrário de Cruzeiro do Sul, o valor da cesta básica em Rio Branco aumentou 1,14% em julho e 1,77% em agosto, acumulando alta de 2,93% no período. Dos 14 produtos pesquisados, somente a banana, o pão, a farinha de mandioca tiveram preços menores que os praticados em Rio Branco nos três meses estudados. Quanto aos demais produtos, verificou-se que os produtos são em média maiores que os praticados na capital. Com a reabertura da estrada, essa diferença caiu consideravelmente.

m agosto, um trabalhador  da capital com carga horária de 220 horas e remuneração mensal de um salário mínimo (R$465,00) precisou trabalhar 71 horas e 56 minutos para comprar uma cesta básica. Em Cruzeiro do Sul,  um trabalhador com as mesmas características precisou trabalhar 76h26m  para comprar o mesmo conjunto de alimentos e produtos. Em Cruzeiro do Sul o gasto de uma família padrão (dois adultos e três crianças) foi de R$726,79 em agosto. No mesmo período, em Rio Branco, levando-se em conta igual família, o gasto foi de R$680,12.

A pesquisa em Cruzeiro do Sul  será contínua e utiliza a mesma metodologia aplicada à praça de Rio Branco.  Um técnico da Secretaria de Planejamento percorre vinte estabelecimentos comerciais duas vezes ao mês conferindo os preços dos 14 produtos. A planilha e outras informações são encaminhadas para Rio Branco, onde são finalizados os cálculos.  "Com a pesquisa temos conhecimento de como se comporta o mercado de Cruzeiro do Sul com a abertura e o fechamento da BR 364", esclareceu Claudia Saldanha.

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