Lúcio Zancanela tenta demonstrar que o solo é chave para desvendar o mistério das enormes formas geométricas encontradas no Estado
O pesquisador já coletou amostras de solo de um geoglifo em Capixaba, onde também encontrou fragmentos de cerâmica. Os exames de laboratório serão realizados no Brasil e a datação a partir do Carbono 14 deverá ser feita no exterior.
O projeto reúne parceiros como Alceu Ranzi e Miriam Bueno, da Universidade Federal do Acre (Ufac) e Denise Schaan, do Museu Emílio Goeldi e Universidade Federal do Pará. O trabalho conta com apoio do Governo do Acre e do Conselho Nacional de Desenvolvimento da Pesquisa Científica (CNPq).
Zancanela irá utiliza um radar de prospecção de solos para evitar grandes escavações nos geoflifos localizados no Acre e e região sul do Amazonas. O equipamento é do mesmo modelo daquele que vem sendo utilizado nas pesquisas científicas da Antártida e chega a Rio Branco na metade do ano.
Zancanela atuará em três frentes de hipóteses: a localização dos geoglifos atesta relação com a paisagem; Os solos de dentro dos geoglifos apresentam características físico-químicas diferentes do solos externos. Significa, por essa possibilidade, que são solos que sofreram ação humana; e a caracterização dos solos se constitui na variável-chave para definição e interpretação dos geoglifos.
Os solos presentes nos geoglifos são profundos, velhos e bem drenados. Não têm tabatinga. Podem ter sido usados para cultivo agrícola e proteção.
Edmilson Ferreira
Agência de Notícias do Acre