Uma cadeia de produção que agregue valor os produtos florestais, gere benefícios para as famílias e alimente uma indústria que produza para os mercados interno e externo. Este foi o sonho perseguido por anos que virou realidade no Acre, com a inauguração, neste sábado, 5, do Parque Industrial Florestal de Cruzeiro do Sul.
Tião Viana reafirmou seu compromisso com uma economia verde, baseada no respeito à floresta e no lucro responsável. “Estamos confirmando a política ambiental aqui no Juruá, que começou no governo Jorge, avançou no governo Binho e agora se consolida, com a ajuda do ex-presidente Lula, da presidenta Dilma. Estamos falando de 800 empregos para a juventude, renda para as famílias da floresta, desenvolvimento e tudo isso ligado à BR-364. Este é um momento novo da industrialização do Juruá e Cruzeiro do Sul está dizendo: nós fazemos parte da economia exportadora do Acre”, comentou.
O secretario de Desenvolvimento Florestal, da Indústria, Comércio e Serviços Sustentáveis (Sedens), Edvaldo Magalhães, destacou que o Acre é o único estado da Amazônia que tem um arranjo produtivo completo.
“A indústria madeireira instalada aqui vai processar por ano, quando estiver em sua plena capacidade, 100 mil metros cúbicos de madeira, trabalhando com todo tipo de serrado e ela vai servir de base de suprimento para as linhas de produção dos marceneiros. A floresta pública vai abastecer com matéria-prima e as famílias vão ganhar dinheiro dentro da floresta, além dos 800 empregos diretos que serão gerados dentro do parque. Essa é a nossa forma de governar”, disse Magalhães.
O presidente da Federação das Indústrias do Acre (Fieac), Carlos Sasai, o procurador do Ministério Público Estadual, Samy Barbosa, e os deputados estaduais Moisés Diniz, Jonas Lima, Geraldo Pereira participaram da solenidade. “Eu tenho certeza que daqui vai sair os melhores móveis produzidos no Acre e também no Brasil, porque o povo de Cruzeiro do Sul é muito caprichoso e já trabalha neste ofício há muitos anos. Agora chegou a tecnologia que precisava na produção”, comentou o presidente da Assembleia Legislativa, Elson Santiago.
“Hoje vale a pena viver no Acre”
Gaúcho, há 34 anos morando no Acre, instalado na estrada velha que dá acesso ao município de Xapuri, Elídio Maffi puxa a memória, lembrando de todas as dificuldades que precisou enfrentar ao chegar ao estado e compara as condições que tem hoje: “Hoje vale a pena viver no Acre. Vale a pena investir. O Acre hoje é outra coisa, agora tem governo, tem apoio, tem investimento do setor público. Estou vendo um Acre diferente hoje”, disse o marceneiro, impressionado com o polo industrial de Cruzeiro do Sul.
Quem também se impressionou com o zelo do poder público nas cadeias produtivas ligadas à floresta foi Moreira Lufato, empresário paranaense que vai investir R$ 10 milhões para se instalar no novo parque industrial. “Aqui existe uma política ambiental, matéria prima em abundância e um governo que dá condições pra gente trabalhar. Isso não existe em nenhum estado do Brasil”, comentou. Moreira vai produzir portas, carteiras e outros produtos a partir de madeira manejada.
Senadores defendem uso inteligente da floresta
Presentes à solenidade de entrega do parque indústria, os senadores Jorge Viana e Aníbal Diniz defenderam a exploração sustentável da floresta para garantir renda, provando que é possível preservar e industrializar.
“Precisamos de industrialização baseada no uso inteligente da floresta. Aqui temos centenas de empregos gerados a partir dos recursos florestais. O melhor caminho pra que a gente tenha uma vida com mais qualidade, um desenvolvimento sustentável é a gente fazer com que a floresta tenha um valor econômico e para isso precisamos usar os produtos que ela oferece, industrializando, beneficiando, comercializando. É assim que a gente vai alcançar. Aqui temos um exemplo de que é possível trilhar este caminho”, argumentou Jorge Viana.
“Pertencer a um projeto político que faz o que o nosso projeto está fazendo pelo estado do Acre é algo que dignifica a política acreana e a política brasileira. Eu parabenizo o governador Tião Viana por este compromisso em desenvolver economicamente o estado sem esquecer do povo que mora na floresta, que está na cidade em busca de renda e da aptidão florestal que nós temos para a economia”, disse o senador Aníbal Diniz.
Sobre o parque
Quinze, dos 16 galpões do parque industrial foram entregues neste sábado. O último, de uso coletivo, está em fase de conclusão e beneficiará mais de 20 marceneiros. Além das concessões para os marceneiros utilizarem os galpões, o governo entregou também área administrativa, estufa e serraria portátil de uso comum a todos.
O investimento no complexo industrial, que tem uma base florestal e atende indústrias voltadas para o uso de matérias-primas da floresta, como madeira, óleos e alimentos, é R$ 10 milhões, sendo R$ 5,8 milhões em infraestrutura e R$ 4,2 em equipamentos.
Com toda estrutura em operação estima-se que sejam gerados aproximadamente 800 empregos diretos, beneficiando principalmente os jovens de Cruzeiro do Sul, Rodrigues Alves e Mâncio Lima. A área do parque é de 19 hectares.
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